Inversão de Amor: Conquistar o CEO romance Capítulo 59

No escritório reinava um silêncio parecendo um funural.

O assessor Vicente ajeitou os óculos e caminhou até a porta, fechando e isolando os olhares curiosos da galera do corre-corre. Isso só aumentou a pulga atrás da orelha de todos.

Fábio Pereira, meio sem jeito, tentou seduzir: "Mano, pensa só, uma filha fofinha, toda delicada e uma graça. Topa?"

Ao ouvir isso, a imagem de Elton brincando com uma boneca Barbie lampejou na mente de Rodrigo Pereira. Seus olhos estreitos dispararam um olhar feroz, cheio de aviso: "O que você tá querendo insinuar?"

Fábio Pereira encolheu-se, gaguejando: "Mano, de boa, você ainda pode ter uma filha! É só chegar na Beatriz Souza, e aí, tudo tará completo, irmão!"

Rodrigo Pereira ficou perplexo tentando entender a lógica dele.

Primeiro, ele respirou aliviado por não terem tocado no assunto Elton...

Mas logo caiu a ficha sobre o que aquelas palavras significavam... Se ele se envolvesse com aquela mulher, a filha dela realmente o chamaria de pai, não é mesmo?

Ele franziu a testa e instintivamente rosnou: "Que palhaçada é essa?"

Como é que ele, logo ele, ia bancar o pai de filhos dos outros?

Uma irritação brotou do fundo do coração, e ao ver Fábio Pereira acuado, o sangue só ferveu ainda mais. Ele apontou para a porta e ordenou: "Vaza daqui."

Fábio ainda tentou falar, mas só deu tempo de chamar "Mano", e Rodrigo Pereira já estava gritando de raiva: "Cai fora!"

Fábio Pereira saiu que nem um foguete do escritório.

Mas seus olhos brilhavam.

Ele tinha jogado na real, a bola já estava nas mãos do irmão. Se ele não acreditasse, bem, depois não poderia o culpar Fábio... certo?

Melhor correr pra casa e subir de nível com a Bellinha no game!

Ele foi embora sem olhar pra trás, mas a atmosfera pesada no escritório não se dissipou.

Rodrigo Pereira baixou os olhos, mas as palavras nos documentos pareciam dançar, fora de foco.

Criar a filha de outra pessoa não era o fim do mundo. Pô, era só deixar com a babá, ué. Mas ele, que sempre foi um gelo nas emoções, achava que esses lances de afeto eram uma grande dor de cabeça.

Só a ideia de desenvolver um sentimento pela mulher já era uma canseira. Se ainda tivesse que lidar com a filha dela...

Peraí, desde quando ele concordou em se envolver emocionalmente com aquela mulher? Ele se questionou.

Rodrigo Pereira, sempre tão frio e calculista, se viu perdido em seus próprios pensamentos. Depois de um riso curto e irônico, ele sacudiu a cabeça, achando que estava fazendo tempestade em copo d'água.

O que aquela mulher fazia da vida, com ou sem filhos, qual era mesmo a diferença pra ele?

Ele só tinha ajudado a tratar de uma doença e ficou devendo um favor.

Era só encontrar um jeito de pagar e pronto.

Na família Moraes.

Os olhos grandes e brilhantes de Viviane Moraes não escondiam a curiosidade: "Biatriz, de onde você encontrou essa receita milagrosa?"

Beatriz Souza tava na ponta da língua pra inventar uma desculpa, mas Viviane já tava toda empolgada: "Foi da tia, né?"

Beatriz Souza simplesmente concordou com a cabeça, já que a desculpa veio de bandeja.

Viviane apertou as mãos dela, emocionada: "A família Barros lançou esse ano as Pílulas de Verão, que têm um efeito melhor que a nossa Solução Oral Equilibrada, e ainda por cima jogaram no mercado o Comprimido Sem Preocupações, que salvou a matriarca da família Pereira. Virou lenda no ramo!"

O Hospital Moraes, da nossa família, tava vivendo um baque danado. Os clientes tinham sumido num piscar de olhos, e as farmácias e hospitais que antes eram parceiros, dão as costas pra gente, tudo por conta daquela turma dos Barros.

Se a tia tivesse deixado aquele tal de Comprimido Sem Preocupações, a gente da família Moraes estaria salva!"

A Beatriz Souza arqueou a sobrancelha.

Eles olharam pra Beatriz descendo.

Patrícia aproveitou: "Vamos juntos, Bia. Esse evento pode ser bom pra você também."

A Beatriz pensou um pouco e falou: "Tá certo."

O encontro era no salão do Hotel Pereira. Mais parecia uma festinha do que um congresso, e muitos negócios rolavam ali.

Mas logo de cara, foram barrados pelo garçom: "Desculpa, o convite de vocês não parece ser daqui, não podem entrar."

Afonso franziu a testa: "Mas é esse que mandaram pra gente!"

O garçom explicou: "O evento desse ano é da família Barros. Eles disseram que só médico de renome entra, então mandaram novos convites. Vocês tão fora."

Afonso ficou uma fera, apertou o punho, rosto alternando entre o verde e o preto.

A família Barros tava claramente querendo complicar!

Se eles não entrassem, seriam carta fora do baralho no mundo médico!

O garçom, vendo Afonso calado, deu uma debochada.

Ele já tinha visto muitos médicos tentando se infiltrar naqueles eventos.

Pensou que eles eram mais do mesmo bando e falou alto: "Sem convite, dá licença. Não atrapalhem quem tá atrás."

A galera em volta virou pra olhar.

A turma era unida e todo mundo se conhecia bem. De repente, Afonso Moraes sentiu as bochechas arderem, tomado por um mico enorme.

Ele estava prestes a falar alguma coisa, mas foi interrompido por alguém que disse: "Peraí."