Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 16

Pérola Farias ficou em silêncio por um momento, então disse: "Ontem à noite, nós terminamos nosso noivado."

Ricardo Gomes teve seus cabelos negros agitados pelo vento, seus olhos profundos.

Mal tinha começado a falar, quando a porta do quarto do hospital foi batida por alguém de fora.

Uma enfermeira apareceu com um termômetro na mão.

Ricardo Gomes se levantou, ajustando apressadamente sua gravata no pescoço: "Quanto ao nosso casamento, quando tiver uma decisão, me avise através do Raul Castro."

Enquanto falava, ele pegou um copo e foi até o bebedouro, encheu de água morna e colocou ao lado da cama de Pérola Farias.

"Você precisa se recuperar bem, eu vou voltar para te ver."

Observando a figura alta e ereta de Ricardo Gomes se afastar, Pérola Farias se acalmou.

Ela pensou novamente em Benjamin Gomes.

Como ele mudou de coração?

Lembrava-se claramente dos primeiros anos de volta à família Farias, quando o cheiro de gasolina a fazia querer vomitar, muitas vezes voltava da escola a pé, enquanto Sheila Farias ia de carro.

Às vezes, ao olhar para trás, Pérola Farias via Benjamin Gomes seguindo-a.

Vestido com o uniforme escolar sob medida, com as mãos nos bolsos, ele parecia distante.

Pérola Farias propositalmente parou e esperou por dois minutos.

Benjamin Gomes, alto e de passos largos, rapidamente a alcançou.

Ele era muito mais alto que Pérola Farias, sua expressão era fria, mas seus olhos não conseguiam esconder o carinho quando olhava para ela.

Naquela época, Benjamin Gomes deveria ter sentimentos por ela, certo?

Mais tarde, durante o centenário da escola.

Sheila Farias, como representante da turma, iria tocar piano no palco, e seu parceiro era justamente Benjamin Gomes.

Antes de subirem ao palco, de alguma maneira, as mãos de Sheila Farias ficaram feridas, e ela, chorando, disse a Benjamin Gomes que "foi tudo culpa minha", parecendo injustiçada e miserável.

A escola de elite era um investimento da família Gomes, e em um evento como o centenário da escola, a família Gomes, sendo parte do conselho escolar, naturalmente enviaria representantes.

A mãe de Benjamin Gomes até queria que seu filho aparecesse no evento para mostrar o talento que corria na família Gomes.

Mas quem poderia imaginar que a apresentação cuidadosamente preparada seria arruinada por um parceiro?

Benjamin Gomes perguntou a Sheila Farias como ela se machucou, e entre lágrimas, ela olhou para Pérola Farias, relutante em falar.

Somente sob a insistência dele, Sheila Farias disse que foi Pérola Farias quem a atingiu com um tijolo.

Pérola Farias mordeu o lábio inferior, abaixando a cabeça para mexer na canja em sua tigela.

Ela não queria voltar para a família Farias, e era provável que a família Farias também não a quisesse de volta.

Mas se não voltasse, significaria que ela não teria para onde ir.

Raul Castro, percebendo o desconforto de Pérola Farias, disse suavemente: "Se a Srta. Farias não tem para onde ir, poderia considerar se casar com meu patrão."

Pérola Farias ficou surpresa: "Seu patrão?"

Raul Castro acenou afirmativamente.

"Meu patrão tem 29 anos, solteiro até hoje, sem nunca ter tido uma namorada. Ele é um homem de bons costumes, com saúde. Casando-se com ele, você não precisará se preocupar com infidelidades, nem com um lugar para morar, porque se há algo que o patrão tem de sobra, são casas."

Vendo que Pérola Farias permaneceu em silêncio, Raul Castro continuou: "Se não estou enganado, a Srta. Farias deve ter sofrido uma desilusão amorosa recentemente, não é? Como diz o ditado, é necessário fechar um ciclo para começar outro. Por que não iniciar uma nova vida? Não seria um alívio deixar o passado para trás?"

Pérola Farias apertou os dedos, depois os soltou.

Ela entendia a lógica de que uma nova fase não começa até que a anterior seja concluída, mas...

Um casamento às pressas, especialmente com alguém que ela só tinha visto algumas vezes, não seria precipitado?

Nesse momento, ouviu-se uma batida na porta novamente.