Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 305

Pérola Farias estava profundamente abalada. Que tipo de vida Ricardo Gomes havia levado nos últimos vinte anos? Como ele podia dizer que uma lesão tão grave não era séria? Que não doía? Ela sentia dor só de olhar, como ele poderia não sentir? O forte cheiro de sangue a atingiu, e, num raro momento de assertividade, Pérola disse: “Pare de beijar, Ricardo Gomes, vou te levar para o hospital. Depois que você se recuperar, deixo você me beijar o quanto quiser!”

“É só um pequeno corte, não precisa de hospital, Sra. Gomes. Você pode fazer um curativo para mim?” Sua voz, sussurrando perto do ouvido dela, era sedutora e magnética. Uma sensação de formigamento se espalhou pelo seu corpo, fazendo Pérola estremecer. Meu Deus, por que Ricardo Gomes, mesmo ferido, conseguia ser tão encantador? Seu coração estava inquieto, como se alguém o tivesse tocado levemente.

“Mas eu não sei fazer curativos,” ela disse, olhando para ele com inocência. Esse olhar pareceu fisgar Ricardo Gomes, que pegou na mão de Pérola e a levou até o banheiro: “Eu te ensino.” Quando ele começou a tirar a camisa, desabotoando apenas dois botões antes de parecer perder as forças. Ele segurou a mão de Pérola, colocando-a sobre seu peito firme, olhando-a de forma um pouco infantil: “Você me ajuda a tirar?”

Vendo o homem que sempre parecia tão forte, agora sem forças até para se despir por causa de uma lesão, os olhos de Pérola se encheram de lágrimas novamente: “Não chore.” Ricardo não esperava que ela chorasse, engolindo em seco. Ele a puxou para perto, abraçando-a apertado. Deus sabe o quanto ele gostava de ser cuidado por Pérola. Se soubesse que isso a faria chorar, jamais teria pedido.

“Quando eu fiquei gravemente ferido, anos atrás, você me salvou. Isso não é nada comparado àquilo.” “Mas naquela época você era um estranho, se morresse, morreu. Agora você é meu marido. Como pode ser a mesma coisa?” “…” Embora a lógica fosse sólida, por que doía tanto ouvir isso?

Pérola correu para buscar o kit de primeiros socorros e ajudou Ricardo a tirar a camisa. Ao ver a ferida exposta, ela respirou fundo. A ferida estava na parte inferior das costas, parecia ter sido causada por uma lâmina afiada! Quão profundo seria? Pérola mordeu o lábio, suas mãos tremiam.

Pérola balançou a cabeça com firmeza: “Há alguns anos, um menino morreu nas minhas mãos! Ricardo Gomes, eu não posso! Eu vou acabar te machucando! Vamos para o hospital, por favor?” Ricardo franzia a testa. Então, ela tinha um trauma. Isso explicava muita coisa...

“Você consegue, Pérola Farias, acredite em si mesma. Aquele menino, talvez tenha sido apenas um acidente. Lembre-se de como você me salvou dez anos atrás, quando você tinha apenas dezesseis anos.” Pérola mordeu forte o lábio, encontrando o olhar de Ricardo. Ela parecia finalmente entender o que Ricardo queria dizer. Ricardo Gomes desejava conduzi-la para fora das sombras, esperando que ela pudesse vencer os medos que habitavam seu coração.