Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 313

Pérola Farias tinha uma cintura finíssima e, graças à amizade com Olga Barbosa durante os anos de estudo, ela frequentava ocasionalmente a sala de dança, praticando os movimentos básicos ao lado de Olga. Assim, sua flexibilidade era notável, e tanto sua forma física quanto sua postura eram impecáveis, destacando-se entre as demais garotas.

Benjamin Gomes conheceu Pérola Farias justamente nos anos em que a juventude dela florescia. Durante as aulas de estudo autônomo, os rapazes costumavam falar baixo nos fundos da sala, discutindo sobre quais garotas eram belas ou tinham uma aparência mais inocente. Sempre que o assunto era Pérola Farias, era inevitável elogiar suas pernas longas e retas. Seu corpo parecia desenhado para atender ao ideal estético masculino; apesar de magra, ela não era esquelética, e as curvas que deveriam existir estavam todas lá.

Naquela época, Benjamin Gomes ainda não sabia quem era Pérola Farias, nem tinha tido a ocasião de salvá-la no banheiro. A única coisa que ele sabia sobre ela era o que os rapazes comentavam: uma garota com pernas finas e olhos incrivelmente puros, que pareciam lavar a alma com apenas um olhar.

Na noite em que a salvou no banheiro, ao encontrar aqueles olhos inocentes e úmidos, Benjamin finalmente associou o nome Pérola Farias à pessoa. Foi um momento de reconhecimento eterno. Desde então, Pérola Farias começou a aparecer nos sonhos de Benjamin por um mês seguido. Os sonhos de um jovem em plena puberdade, cheios de desejos ardentes, faziam com que Benjamin tivesse de admitir que já nutria um desejo mundano por Pérola Farias muito antes de realmente conhecê-la.

Durante os sete anos em que Pérola o seguiu, Benjamin jamais a tocou, em parte porque os olhos dela eram puros demais, fazendo com que ele sentisse como se estivesse profanando algo sagrado sempre que pensava em se aproximar mais. Por outro lado, era por não querer deixá-la ir. Sim, era uma questão de não querer perder.