Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 819

Jiyara sentiu seu coração bater em um ritmo acelerado, com a adrenalina subindo descontroladamente. Era aquela sensação de que a morte estava prestes a chegar.

Ela já sabia que, com homens como aquele, que vivem no limite, a frieza, a indiferença e a falta de compaixão eram comuns. No entanto, não esperava que ele fosse capaz de tirar sua vida a qualquer momento.

"Por que eu não posso ser caixa?" Jiyara tentou controlar sua ansiedade, parecendo confusa.

Ela não se virou e continuou a mexer no vaso de flores sobre a mesa. "É porque você viu que eu tenho casa e carro, mas trabalho como caixa em um mercado e acha estranho, difícil de entender?"

Jiyara deu uma risadinha, mas seu sorriso tinha um toque amargo.

"Para ser honesta, minha família tem bastante dinheiro. Comprar casa e carro foi um presente deles. Eu comecei a trabalhar como caixa porque, há pouco tempo, fui sequestrada."

Mauro Santos estreitou os olhos, surpreso com Jiyara mencionando o sequestro.

Ele ficou olhando para Jiyara enquanto ela cuidava das plantas, sem conseguir adivinhar o que ela estava pensando.

"Desde que fui sequestrada, todos dizem que estou manchada. Até meu noivo, com quem eu estava prestes a me casar, cancelou o casamento."

"Mas não tem problema, eu e Jarbas Ferreira estávamos juntos por causa de um acordo de família, não havia amor."

"Você provavelmente não sabe, mas agora sou motivo de piada no nosso círculo social..."

"As pessoas ricas são muito realistas, elas me ridicularizam... me criticam..."

"Eu comecei a trabalhar no mercado para ter algo para fazer, para desviar minha atenção. Por que um herdeiro rico não pode ser caixa?"

Não estava claro se ele acreditava nela ou não.

Jiyara notou que ele ainda estava apontando a arma para ela e não tinha abaixado.

Ela continuou, "Depois do sequestro, a situação financeira da minha família despencou, agora estamos cheios de dívidas, e meu pai teve que hipotecar a empresa para tentar pagar."

Ela baixou os olhos, parecendo bastante abatida.

Afinal, tudo isso era verdade, a família Ji realmente não era mais a mesma.

Talvez por causa da emoção do momento, Jiyara engasgou um pouco.

"Agora, sempre que vejo minha família, me sinto tão culpada. Fui eu que os coloquei nessa situação... Por isso me mudei para viver sozinha."

Após terminar de falar, Jiyara passou suavemente a mão no canto dos olhos.

"Hoje contei todos os meus segredos para você, provavelmente também vai me desprezar, não é?"

Mauro Santos viu Jiyara se agachar lentamente, abraçando os joelhos, seus ombros tremendo incontrolavelmente.

Provavelmente estava chorando.

Jiyara simplesmente sentou-se no chão e chorou ainda mais. "Você não pode dizer algo como, 'Não chore...' O que é isso de 'fique quieta'?"

"Não sei."

Jiyara perguntou, confusa, "O quê?"

"Não vou desprezá-la."

Jiyara ficou surpresa e só então percebeu que ele estava respondendo sua pergunta anterior.

-"Hoje contei todos os meus segredos para você, provavelmente também vai me desprezar, não é?"

-"Não vou."

Jiyara olhou para ele, atordoada.

Será que ele acreditou na história dela?

Jiyara perguntou, "Qual é o seu nome?"

Mauro Santos moveu os lábios, mas não disse nada.

Jiya não perguntou mais nada, ela tirou o celular quebrado de antes.