Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 863

Era uma música muito triste, chamada "A Morte do Cisne".

Toda música tem sua origem em uma história, mas Ricardo Gomes havia esquecido a origem dessa, apenas sabia que era uma tragédia.

A melodia envolvente carregava uma tristeza sutil, e com cada nota tocada por Pérola Farias, parecia transportar todos para dentro de uma história triste.

Ricardo Gomes sentiu uma inexplicável pontada no coração.

Assim que a música terminou, Pérola Farias baixou levemente os olhos, sentindo-se um pouco desconfortável.

Ela havia se envolvido demais na música.

Pérola Farias ficou em silêncio por um bom tempo.

Ricardo Gomes percebeu que algo não estava certo com ela e perguntou, intrigado: “Por que seus olhos estão vermelhos?”

A pele iluminada de Pérola Farias realçava o vermelho em seus olhos, até mesmo suas sobrancelhas pareciam vermelhas, tornando a emoção evidente.

Naquele momento, ela parecia um coelho com olhos vermelhos, sentada ali, frágil, despertando compaixão.

Pérola Farias balançou levemente a cabeça, mas seus olhos úmidos não conseguiram segurar uma lágrima que escorreu.

“É que essa música é muito triste, eu não consegui controlar minhas emoções.”

Ricardo Gomes sentiu outra pontada no coração, imediatamente pousou o garfo e faca, aproximou-se de Pérola Farias e a puxou para seus braços, acariciando suavemente suas costas.

“Então, da próxima vez, não toque uma música tão triste assim.” Ele disse, levantando a mão para enxugar a lágrima de Pérola Farias.

Pérola Farias repousou no abraço de Ricardo Gomes.

Algumas horas antes, esse mesmo abraço tinha confortado Vanessa Santos.

Ela podia até sentir o leve cheiro de desinfetante em Ricardo Gomes.

Mas ela não desmentiu sua mentira.

Pérola Farias pensou em manter um pouco de dignidade para ambos.

“Tudo bem, não tocarei mais essa música.”

Pérola Farias saiu suavemente do abraço de Ricardo Gomes, “Vá comer, eu vou subir para descansar.”

Com essas palavras, ela o afastou e se virou para subir as escadas.

Seu corpo ainda estava fraco após o parto, e junto com a saída que fez hoje, estava realmente cansada.

Ricardo Gomes sentia que algo estava errado com Pérola Farias naquele dia.

Ele instintivamente quis segurá-la.

Raul Castro, ao telefone, disse: “Chefe, a ata da reunião já está pronta, mas, nos próximos dias, você precisará ir à Inglaterra, em uma viagem de negócios.”

Ricardo Gomes franziu o cenho, “Mas Pérola ainda está no período pós-parto, como posso ir para tão longe? Tente adiar, pelo menos até ela terminar esse período.”

Raul Castro concordou com um aceno de cabeça, indicando que compreendia.

Pérola Farias tinha apenas uma semana para completar sua recuperação pós-parto, e Raul Castro fez as contas, "Então, vamos marcar para daqui a duas semanas, o que acha?"

Ricardo Gomes ponderou por um momento.

Em duas semanas, Pérola Farias já teria saído de seu período de resguardo, e Vanessa Santos provavelmente já estaria apta a viajar de avião.

Ele havia planejado para que Vanessa Santos fosse para um spa de reabilitação, que por coincidência ficava na Inglaterra, podendo assim levá-la junto na viagem.

"Está bem, então daqui a duas semanas."

Após desligar o telefone, a mente de Ricardo Gomes foi invadida pela lembrança da música de violoncelo que Pérola Farias tocara há pouco.

Ele parecia ter compreendido qual era a mensagem que aquela música transmitia.

A atmosfera melancólica e solitária do violoncelo refletia a sensação de impotência e abandono de um cisne deixado para trás pelo mundo.

Mas por que Pérola Farias teria decidido tocar justamente aquela música?