Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 969

Vanessa Santos não tinha intenção de causar uma tragédia.

Durante todo aquele dia, sentiu-se profundamente culpada.

Enquanto falava, segurou o braço de Ricardo Gomes, tentando puxá-lo para junto de si.

Ricardo Gomes afastou a mão dela imediatamente.

Ainda não tinha chegado ao ponto de agredir uma mulher.

Vanessa Santos disse:

“Fique tranquilo, eu devo muito a essa criança, vou compensá-lo. Mesmo que ele fique sem mãe, eu ainda vou…”

Antes que terminasse a frase, o olhar de Ricardo Gomes ficou rubro, quase selvagem.

De repente, ele agarrou o pescoço de Vanessa Santos.

“O que você disse? Quem disse que meu filho ficou sem mãe?”

O rosto de Vanessa Santos empalideceu na hora. Uma sensação sufocante tomou conta de seu corpo, como se tivesse sido lançada em uma câmara gelada.

Ela nunca tinha visto Ricardo Gomes daquele jeito. O olhar que ele lançou sobre ela era frio, sem a menor sombra de compaixão, como se não a conhecesse.

Onde estava o Ricardo Gomes gentil de antes?

Ricardo, seu querido amigo, jamais a trataria assim.

Por que aquilo estava acontecendo?

"Ricardo, me desculpe, eu..."

Vanessa Santos mal conseguiu terminar a frase, com a expressão marcada pela asfixia.

Seus olhos começaram a revirar.

Ao ver a cena, Raul Castro, que vinha logo atrás de Ricardo Gomes, disse:

“Senhor, o carro já está pronto. Vamos descer agora?”

Ricardo Gomes soltou Vanessa Santos de repente. Ela cambaleou e caiu no chão.

Ela sabia que Raul Castro havia acabado de salvá-la.

Esse Ricardo Gomes era assustador demais.

Vanessa Santos levou a mão ao pescoço, tentando recuperar o fôlego, tomada por um medo profundo.

“Pérola não morreu. Não permito que ninguém diga isso.”

Deixando essas palavras no ar, Ricardo Gomes se virou e foi embora, sem hesitar.

Ricardo Gomes estava no convés, segurando um binóculo, vasculhando a distância.

A visibilidade era mínima à noite, impossível distinguir qualquer pessoa.

Ondas agitadas batiam incessantemente no casco do barco.

Parecia que a maré estava subindo; a embarcação balançava cada vez mais.

Nesse momento, o capitão se aproximou:

“Precisamos voltar logo, Ricardo. À noite é perigoso por aqui. Pelo jeito, logo vai chover.”

O capitão navegava por aquelas águas havia mais de vinte anos e conhecia cada mudança do mar como ninguém.

Ricardo Gomes continuou observando ao longe com o binóculo.

Parecia alguém se afogando, desesperado por um fio de esperança.

“Vamos esperar mais um pouco. Eu ainda vou encontrá-la. Tenho certeza disso.”

Durante a noite, a maré sempre subia. Pérola ainda estava naquele mar escuro — imagina o medo que ela devia sentir?

Como ele poderia simplesmente abandoná-la ali, sozinha?