Jogos de Amor: a escolha melhor romance Capítulo 992

A mulher de cabelos curtos apoiava-se no parapeito da Pont Alexandre III, em Paris. A brisa suave levantava seus fios castanhos-claros, e um feixe de luz pousava exatamente sobre o sorriso dela.

Ela olhou por cima do ombro e sorriu. Mesmo sem encarar a câmera, tudo naquela foto — o sol, a ponte, as águas ao longe, até mesmo a sombra que a luz desenhava em seu rosto — parecia existir apenas para realçar sua beleza.

O sorriso dela era tão radiante que qualquer um que visse a fotografia não conseguia evitar sorrir junto.

Ricardo Gomes encarava a imagem e sentia seus olhos se tornarem úmidos.

Por um momento, pensou estar sonhando.

Era Pérola Farias!

A mulher por quem sentira saudade por três anos inteiros estava ali, bem diante dele, na tela do computador!

Ricardo Gomes achou aquilo inacreditável.

Pérola Farias, ela realmente não estava morta!

Apesar de o cabelo estar diferente, o estilo de vestir ter mudado, e até o olhar parecer outro, Ricardo Gomes tinha certeza: era ela, Pérola Farias!

Seus dedos, apertando o mouse, começaram a tremer sem controle.

Ele não sabia nem como descrever o que sentia naquele instante.

Emoção? Ansiedade? Medo?

Tudo isso junto.

Então, era em Paris onde Pérola Farias vivia durante todos esses anos de desaparecimento.

Mas, se ela ainda estava viva, deveria saber o quanto ele se esforçara para encontrá-la.

Por que não voltou?

E o filho deles? Iria deixá-lo de lado também?

Logo, Ricardo Gomes entendeu: Pérola Farias devia estar magoada.

Ela se ressentia do segredo que ele guardara, acreditando que ele escolhera salvar Vanessa Santos e, por isso, estava disposto a abrir mão até do filho, só para se afastar dela.

Ricardo Gomes sentiu as lágrimas escorrerem pelo canto dos olhos.

Mas não importava, pensou. Se havia um mal-entendido, bastava esclarecê-lo.

Para os outros, ele era um empresário implacável, que dobrara o valor de mercado do Grupo Universal com sua liderança inflexível.

Mas tudo isso era só uma forma de desviar a mente do vazio.

A verdade era que Ricardo Gomes não estava bem.

Desde a partida de Pérola Farias, ele se fechara completamente.

Era pouco falante, emanava uma aura severa, até os colegas hesitavam em se aproximar.

Raul Castro entendia bem o quanto esse momento era importante para Ricardo Gomes.

O fotógrafo era francês. Considerando o fuso horário, eles esperaram metade do dia para não parecerem invasivos ao ligar.

Ricardo Gomes observava o tradutor intermediar a conversa ao telefone com o fotógrafo.

Ele até sabia ler lábios, mas não entendia nada de francês.

Restava apenas observar os lábios do tradutor se movendo.

Percebendo o nervosismo de Ricardo Gomes, Raul Castro serviu-lhe um copo de água morna, colocou-o à sua frente, e pegou dois comprimidos na caixa de remédios, deixando-os junto ao copo sobre a mesa.