Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 3783

Ela virou a cabeça e olhou para Marina, imóvel ao seu lado, com um olhar excitado. "Irmã, não me culpe. Se eu não trocar de coração, vou morrer. Eu não quero morrer, ainda não me casei com o Osvaldo, meus sonhos ainda não foram realizados. Então, só posso te sacrificar. Afinal, somos irmãs e nossos corações são compatíveis. Você não acha que isso é destino?"

Marina, claro, não podia falar, apenas a olhou com olhos cheios de ódio.

Kátia se aproximou de Reinaldo, que se preparava para a cirurgia. "Não precisa anestesiar ela completamente. Quero que fique consciente, para saber que o coração dela está sendo retirado! E, depois, só coloque o coração em mim, não precisa devolver para ela. De qualquer forma, ela já é uma ‘morta’, logo será cremada. Ninguém vai se importar se um cadáver tem ou não coração!"

Reinaldo, de máscara, manteve o olhar frio e impassível, típico de um profissional. "Entendo a intenção da Srta. Kátia, mas o coração precisa ser recolocado, caso contrário, será difícil para mim lidar com a situação. Pode ficar tranquila quanto ao resto."

A última frase de Reinaldo foi um aviso para Kátia: Marina morreria hoje na mesa de cirurgia, não haveria riscos futuros.

Kátia assentiu, satisfeita. "Tudo bem, afinal, esse coração esteve comigo por mais de vinte anos. Não pode ser simplesmente descartado como lixo. Que ele descanse com minha irmã."

Ela já não conseguia mais esperar. "Quando começamos?"

Reinaldo respondeu: "A cirurgia vai começar agora."

Em seguida, ele pegou um termo de responsabilidade para Kátia assinar. Ela já havia lido o documento antes e assinou sem hesitar.

A enfermeira preparou a anestesia intravenosa para Kátia, enquanto Reinaldo organizava tudo para começar, extraindo primeiro o coração de Marina.

Deitada na mesa de cirurgia, Kátia olhou para o frasco de medicamento nas mãos da enfermeira, consciente de que logo perderia a consciência. Deu uma última olhada para Marina!

A partir de hoje, as mágoas entre ela e Marina terminariam para sempre. Ela tomaria o lugar da irmã, ficaria com tudo dela: fortuna, status, saúde!

Reinaldo aproximou-se de Marina, com dois assistentes ao seu lado. Ele verificou a frequência cardíaca e a pressão arterial de Marina, pediu ao assistente para levantar o lençol que a cobria, e se preparou para abrir o tórax e retirar o coração inteiro.

O ambiente fechado, a atmosfera opressiva, a luz branca e intensa no teto — Marina fechou os olhos quase em desespero. Em sua mente, passou a imagem familiar de um homem; talvez ele já acreditasse que ela estava morta. A partir de agora, ela desapareceria deste mundo, morta de verdade, enquanto seu coração continuaria vivo, pulsando no corpo da pessoa que ela mais odiava.

Que injustiça!

Ou já teria morrido, e por isso estava vendo ele?

Bosque também viu Marina deitada na maca e ficou paralisado, tomado por uma alegria imensa.

Marina, anestesiada e incapaz de se mover, ficou com os olhos vermelhos ao ver Bosque, brilhando com a esperança de quem escapa da morte.

A enfermeira, prestes a levantar o lençol de Marina, hesitou e olhou instintivamente para Reinaldo.

Os olhos de Reinaldo, visíveis acima da máscara, já estavam cheios de choque e pânico. Ele recuou um passo, segurando o bisturi. "Como... como você entrou aqui?"

Bosque correu até Marina, fitando profundamente seus olhos, e, com os dedos longos e trêmulos, acariciou seu rosto. De tão nervoso, sua voz saiu rouca e quase irreconhecível. "Marina!"

"Marina!"