Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4138

Quando deu duas horas da madrugada, as pessoas finalmente começaram a ir embora. Iracema não dirigira naquela noite, então Henrique chamara um motorista de aplicativo para levá-la de volta primeiro.

Os dois seguiram em silêncio durante todo o trajeto.

Era uma noite de inverno, e a Cidade Costeira, já de madrugada, finalmente se aquietara. Essa cidade, quando agitada, era barulhenta demais, deixando as pessoas inquietas; mas, quando ficava vazia, também causava certo desconforto.

Só quando chegaram ao prédio de Iracema, ela se virou para se despedir de Henrique.

Henrique, apesar de ter bebido bastante, em nenhum momento se mostrou alterado; sua voz, ao se despedir, tinha um tom de frieza e distanciamento: "Sra. Iracema, boa noite!"

"Se cuide no caminho!"

Iracema abriu a porta e desceu do carro.

Ela não pediu para que ele ficasse, e ele também não insistiu. Despediram-se e se separaram como bons amigos.

Iracema apertou o sobretudo ao redor do corpo e caminhou na direção de seu apartamento. Sentiu um frescor no rosto; ao levantar o olhar, percebeu que começara a nevar. Sob a luz dos postes, era possível ver os flocos caindo em silêncio.

Ela apressou o passo, querendo chegar em casa antes que a neve engrossasse.

*

Nos quinze dias seguintes, Henrique foi ao bar quatro ou cinco vezes, mas não voltou a encontrar Iracema.

Continuou conversando animadamente com os amigos, como de costume. Às vezes, Ubaldo não resistia à curiosidade e comentava: "Faz dias que não vejo a Iracema, será que anda ocupada?"

Henrique, quase por reflexo, olhava para o lugar ao seu lado, sentindo algo difícil de descrever.

Era uma sensação de vazio, talvez de melancolia.

O tempo passou e logo chegou outro sábado. Um projeto importante exigiu trabalho extra, e Henrique levou a equipe para um plantão — não esperava encontrar Rodrigo por lá.

"O Sr. Navarra trabalhando até tarde?" Henrique comentou, surpreso e bem-humorado.

Rodrigo, segurando um relatório, respondeu com resignação: "Minha esposa está muito ocupada ultimamente, nem para casa tem vindo nos finais de semana. Omar foi para a família Bravo, Wellington está na casa antiga, acabei ficando sozinho — não tinha nada melhor a fazer!"

Henrique perguntou: "E com o que sua esposa está ocupada?"

Henrique trouxera frutas e as deixou na mesa da cozinha. Perguntou: "Quem está cuidando de você?"

"Cheguei a contratar uma cuidadora, mas não consigo trabalhar direito com alguém andando para lá e para cá em casa. Acabei dispensando. Não se preocupe, consigo me virar bem, e ainda conto com uma diarista para a limpeza."

Henrique comentou: "Por isso não te vi no bar esse tempo todo. Hoje, conversando com o Sr. Navarra, fiquei sabendo do seu acidente."

Iracema sorriu: "Obrigada pela preocupação de todos!"

Como estava em casa, não usava roupa social, mas sim um confortável conjunto de moletom, o que suavizava sua imagem severa de empresária e a tornava mais acolhedora.

Henrique, diante da cordialidade dela, ficou um pouco sem jeito. Levantou-se: "Vou pegar um copo de água para você."

A casa era equipada com automação, então conseguiu água morna rapidamente. Nesse momento, a campainha tocou de novo.

Quando viu que Iracema tentava se levantar, Henrique logo disse: "Deixa que eu atendo!"

Dessa vez, era mesmo o delivery que Iracema esperava.