Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4207

Hortência sentou-se confortavelmente, tirou um pó compacto da bolsa para retocar a maquiagem e, em seguida, abriu o porta-luvas para pegar um lenço de papel. Seus gestos eram tão naturais que parecia considerar o carro de Henrique Arruda como se fosse seu.

"Aliás, tenho uma coisa para te perguntar!" Hortência virou-se para Henrique Arruda. "O relógio que a avó deu para a Jacira quebrou. Você sabe onde pode consertar?"

Henrique Arruda franziu a testa. "Já faz muitos anos. Se quebrou, melhor jogar fora."

"Jacira não tem coragem de jogar fora. Apesar da avó ter dado muitas coisas para ela, esse foi o primeiro presente. Como pode simplesmente jogar fora?" Hortência suspirou. "Na loja disseram que esse modelo já saiu de linha, eles também não conseguem consertar. Jacira está preocupada com isso."

Hortência olhou para Iracema. "É o modelo FL cravejado de pedras. Sra. Iracema, a senhora trabalha com artigos de luxo, deve saber o valor desse relógio, não é? Não é uma pena jogar fora?"

Iracema encarou Hortência e sorriu levemente. "Relógio é diferente de uma joia comum. Quando o mecanismo estraga, resta só uma carcaça bonita: guardar não serve para nada, jogar fora é um desperdício. O tempo fica parado no passado, mas queremos que ele acompanhe o presente. No fim, só traz mais aborrecimento."

O sorriso de Hortência ficou um pouco rígido. "Então, Sra. Iracema, o que a senhora acha que devemos fazer? Um presente tão bom, ainda mais vindo de uma pessoa querida, será que realmente devemos jogar fora?"

Iracema pensou por um instante e respondeu com elegância: "Se realmente não quer se desfazer, tente mandar consertar. Temos um professor que é especialista em restauração de joias e também entende de relógios. Se sua amiga quiser, pode trazê-lo até a GK."

Hortência não sabia se era impressão, mas sentiu que Iracema, ao falar do relógio, quis dizer algo a mais. Como foi ela quem trouxe o assunto, só pôde sorrir e responder: "Tudo bem, eu aviso para ela."

"Peça para ela trazer o relógio junto." Iracema enfatizou.

Hortência forçou um sorriso: "Claro, vai levar sim."

Iracema pegou o relatório que a assistente havia lhe dado, baixou os olhos para ler e não disse mais nada.

A intenção de Hortência era mostrar para Iracema o quanto a família Lechoga, especialmente a avó, gostava de Jacira. Mas no fim, sentiu-se como quem saiu perdendo.

Henrique Arruda havia reservado uma mesa no Oásis da Elegância, um restaurante com decoração inspirada na cultura oriental, com detalhes clássicos e refinados. No segundo andar, uma jovem tocava piano, a melodia era suave e envolvente, criando um ambiente agradável e relaxante.

Iracema manteve a postura gentil: "O que passou, passou. Não vamos mais falar nisso."

Hortência olhou para Henrique Arruda: "Se até a Sra. Iracema não se importou, você também não pode mais ficar bravo comigo."

Henrique Arruda apenas lançou um olhar para ela e serviu-se de chá, sem responder.

Hortência continuou conversando com Iracema: "Quando tivermos outros encontros, gostaria de convidar a Sra. Iracema também. Quando convivermos mais, a senhora verá que eu não sou má pessoa, só sou protetora com quem é próximo."

Iracema sorriu levemente. "Claro, espero que possamos ser amigas, Srta. Barros."

"Se é amiga do Henrique Arruda, é minha amiga também." O tom de Hortência era afetuoso.

Os pratos começaram a chegar. Hortência serviu comida para Henrique Arruda e, só depois, pareceu se lembrar de algo: "Ah, esqueci que você não come cenoura. Por causa da alergia da Jacira, você também deixou de comer!"