Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4223

Após o solstício de inverno, o clima ficou cada vez mais frio, até mesmo o pôr do sol trazia consigo um ar de frieza, e as nuvens alaranjadas pareciam envoltas por uma camada de névoa gelada.

No fim de semana, o trânsito continuava engarrafado. Quando Iracema chegou ao bar, o céu já estava completamente escuro, mas naquele horário, o ambiente ainda estava tranquilo, a banda residente ainda não tinha chegado e só havia alguns poucos clientes dispersos pelos cantos.

O bartender, ao ver Iracema, demonstrou surpresa e alegria: "Já faz dias que não te vejo, está muito ocupada agora?"

Iracema sorriu levemente: "Nessa época do ano sempre é assim, sabe como é. E você, o movimento está bom?"

O bartender respondeu: "Está indo bem, os clientes antigos continuam vindo."

"Iracema!"

A voz de Ubaldo soou atrás dela.

Ela pediu uma bebida ao bartender e depois caminhou em direção a Ubaldo.

Os dois sentaram-se no lugar onde costumavam conversar antigamente. Ubaldo, com um sorriso charmoso, perguntou: "Já jantou?"

"Ainda não. Henrique Arruda ficou para fazer hora extra, vou esperar por ele." Iracema respondeu de forma descontraída.

Ubaldo tirou o casaco e o colocou ao lado, brincando: "Vocês dois agora estão inseparáveis, colados o tempo todo, deixam qualquer um com inveja!"

Iracema sorriu suavemente e, ao receber a bebida do garçom, passou-a para Ubaldo: "Você me procurou hoje por causa da Hortência, não foi?"

Ubaldo sabia que Iracema era inteligente e não tentou disfarçar. Pegou o copo e tomou um grande gole antes de responder com sinceridade: "É sobre ela, sim."

Ubaldo abaixou a manga e continuou: "Nós três lutamos juntos, ficamos internados juntos, e a Hortência ia nos visitar todos os dias."

"No terceiro ano, os professores só ensinavam o que caía no vestibular. Hortência, depois das aulas, levava os cadernos e os deveres para o hospital e estudava conosco no quarto."

"Ela ficava conosco até tarde quase todos os dias. Nós pedíamos para que voltasse mais cedo, mas os pais dela raramente estavam em casa. Sozinha, ela preferia a nossa companhia do que ficar em casa entediada."

"Mas, numa dessas noites, algo aconteceu." Ubaldo franziu o cenho, com expressão dolorida e a cabeça baixa. "Naquele dia, ela voltou tarde demais e foi puxada por um morador de rua para um beco..."

A voz dele ficou embargada, e ele não conseguiu continuar.

Mas Iracema já tinha entendido. Olhou para Ubaldo, chocada, e de repente pareceu compreender tudo.