Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4255

Iracema não deu importância e ainda o consolou: "Não tem problema, eu mesma vou até lá, assim evitamos virar o centro das atenções mais uma vez."

Henrique Arruda sentiu-se culpado por desmarcar novamente. "Vou resolver tudo o mais rápido possível. Se der tempo, eu te encontro lá."

"Eu só vou aparecer, não precisa ir!"

Trocaram mais algumas palavras e, depois de resolver seus próprios assuntos, Iracema foi dirigindo sozinha até o hotel.

*

Jacira esperou por Henrique Arruda em uma cafeteria em frente ao Grupo Navarra. Só depois de algum tempo ela o viu chegar.

Ela estava vestida toda de branco, com o rosto pálido e abatido. Com voz de desculpa, disse: "Desculpe te incomodar durante o expediente."

Henrique Arruda sentou-se. "Aconteceu algo com a Hortência?"

Jacira não conseguiu esconder a dor no rosto. "Acabei de sair do hospital, meu pai faleceu."

Henrique Arruda ficou surpreso e falou baixinho: "Meus sentimentos."

Jacira enxugou discretamente as lágrimas com um lenço e disse a Henrique Arruda: "Preciso voltar para casa e organizar o velório do meu pai com o meu irmão. Jacira também não vai estar na Cidade Costeira esses dias, então vou ter que pedir pra você cuidar da Hortência. Já pensei nisso: sei que você trabalha e não pode ficar com ela o tempo todo, por isso acho melhor deixá-la na casa da avó Arruda por uns dois dias. Assim que eu voltar, venho buscá-la."

Henrique Arruda assentiu com a cabeça. "Sem problema."

Com os olhos cheios de lágrimas, Jacira agradeceu com a voz embargada: "Obrigada!"

"Hortência não é só responsabilidade sua, eu também sou responsável por ela." Henrique Arruda levantou-se. "Vou buscá-la agora."

"Vou com você, aproveito para pegar algumas coisas em casa." Jacira levantou-se e o acompanhou.

Ambos entraram no carro. Do outro lado da rua, um carro passou e Iracema estava lá dentro. Ela olhou surpresa para os dois entrando juntos no veículo.

O carro passou rápido, mas ela jamais confundiria Henrique Arruda, nem o carro dele. E a outra pessoa era, de fato, Jacira.

Iracema então voltou o olhar para fora da janela, com um olhar profundo e sombrio.

*

Dona Luis, que sabia dos acontecimentos de anos atrás, ficou em silêncio ao ouvir aquilo e, preocupada, disse: "Isso é uma bomba-relógio!"

Henrique Arruda respondeu: "Tio Barros volta em alguns dias. Por enquanto, é melhor a Hortência ficar na casa da avó. Quando o tio Barros voltar, vemos o que fazer."

Dona Luis não encontrou mais argumentos e apenas disse: "Entendi."

Nesses dias, Henrique Arruda mandou pessoas procurarem Eduardo, mas ele era difícil de encontrar, nem sempre estava perto da casa da Jacira e ainda era bom em se disfarçar. Seus homens ficaram de vigia por dois dias e não conseguiram pegá-lo.

Ele também investigou os passos de Eduardo nos últimos anos. Desde que saiu da prisão, a vida dele estava difícil: por causa da ficha criminal, não conseguia emprego, vivia em situação precária e até apanhou depois de roubar comida por estar com fome.

No mês passado, tentou uma vaga como ajudante de carga de entregas, mas foi expulso. Talvez isso tenha sido o estopim para que ele decidisse se vingar de Hortência.

Henrique Arruda estava sentado no escritório, ainda pensando em Hortência, quando Iracema bateu à porta e entrou, trazendo um copo de leite quente e colocando-o diante dele. "Encontrou mais um problema?"

Henrique Arruda levantou o olhar para ela. "Como foi o almoço de hoje?"

Iracema, sem responder, devolveu a pergunta: "Almoço? Você estava com a Jacira?"