Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4540

Na porta havia uma antiga luminária; o sino balançava ao vento frio, emitindo um tilintar claro e nítido. Leocádia olhou para trás, sentindo uma estranha sensação de irrealidade.

Do lado de dentro, encontrava-se um sobrado com um pátio interno, simples e limpo, de onde saíam vozes e risadas abafadas dos quartos ao redor. No ar, pairava um leve aroma de cachaça.

"Iván chegou!" Um homem de meia-idade, usando um avental cinza-escuro, saiu de um dos cômodos. Ao ver as mãos dos dois entrelaçadas, seu sorriso ficou ainda mais caloroso e acolhedor. Dirigiu-se a Iván: "O de sempre, pode ir para lá!"

Iván fez um gesto afirmativo com a cabeça. "Hoje, pode trazer dois pratos a mais."

O homem sorriu com compreensão. "Pode deixar, vou providenciar. Leve a moça para dentro, lá fora está frio."

Iván conduziu Leocádia para um pequeno salão, onde havia três mesas. Numa delas, os clientes pareciam ter acabado de sair; uma mulher vestindo uma blusa de algodão tradicional recolhia as xícaras e pratos. Ao ver Iván, sorriu com familiaridade: "Chegou!"

Iván retribuiu com um aceno e sentou-se com Leocádia em outra mesa.

Leocádia olhou ao redor, curiosa. A decoração era antiga, mas muito limpa e organizada. No centro havia um fogareiro, cujas chamas escapavam pela abertura, aquecendo o ambiente como numa tarde de primavera.

Iván serviu-lhe chá. "Quando eu era pequeno, meu pai costumava trazer nós, os irmãos, para comer aqui. O dono cozinha muito bem."

Leocádia tomou o chá com um sorriso nos olhos. "Você tem muitos irmãos e irmãs?"

"Não tenho irmãs, mas irmãos, sim, são muitos." Iván respondeu.

"Na minha casa, só tem eu!" O tom de Leocádia soou um pouco solitário, mas logo ela sorriu novamente. "Mas tenho um primo, meu primo-irmão."

Iván percebeu que ela falava de Henrique Arruda. "Isso é quase a mesma coisa."

"Sim, é como se fosse meu irmão de sangue." Ao mencionar Henrique Arruda, os olhos de Leocádia brilharam de orgulho.

O dono logo veio trazer a comida, carregando uma travessa de porcelana. "Tilápia com molho de cebolinha, comam enquanto está quente, para esquentar o corpo."

Leocádia abriu um sorriso radiante. "Que cheiro delicioso, muito obrigada!"

Leocádia comeu com prazer e ainda provou o licor de rosas oferecido pelo dono. O aroma intenso das rosas, misturado ao corpo do álcool, era viciante já no primeiro gole.

"Muito bom, que pena que você não pode beber." As bochechas de Leocádia ganharam um tom rosado enquanto ela sorria para Iván.

Ao notar que ela já estava levemente embriagada, Iván pegou o copo da mão dela. "Só para experimentar, já está bom."

"Não tire, eu aguento bem o álcool!" Leocádia afirmou com orgulho.

Iván sorriu de canto, sem contestar, apenas falou baixinho: "Hoje, só esses. Da próxima vez, se eu não precisar dirigir, bebo com você."

Leocádia ficou satisfeita, pegou sua tigela e tomou a sopa de pêssego e pera preparada por Tânia.

Quando já estavam quase terminando, Leocádia olhou para ele, sorrindo: "Vou ao banheiro rapidinho, me espera aqui."