Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4729

Cecília sorriu suavemente. "Tudo bem!"

Os dois caminharam novamente pelo trajeto de sempre.

Seguiram pela rua asfaltada, passaram pela sorveteria da esquina, atravessaram aquele bairro de casas brancas ao estilo casarão, e então entraram pela Rua das Palmeiras, onde alugaram uma bicicleta de dois lugares e pedalaram devagar.

O Ano Novo estava chegando, e havia muito mais pessoas na rua do que o habitual. Lanternas vermelhas e placas coloridas enfeitavam as árvores, enquanto as lojas em ambos os lados se mostravam festivas e alegres.

Por fim, chegaram àquela mesma praça para descansar. O banco era ainda o de antigamente, já desgastado pelo tempo e pelo sol, com a pintura descascada, e as pombas brancas continuavam cheias de vida, voando e pousando entre os frequentadores, cruzando pelo meio das pessoas.

Cecília se recostou relaxada no banco. Apesar dos anos, sentiu que suas emoções eram as mesmas de antes.

A paisagem à sua frente era idêntica, as pessoas pareciam as mesmas, e ela e Rodrigo continuavam profundamente apaixonados um pelo outro.

Se havia algo a se emocionar, era perceber que, desde a primeira vez que sentaram ali até agora, na verdade, já tinham se passado tantos anos!

"Oi!"

Alguém se aproximou, cumprimentando Cecília com cuidado.

Cecília virou-se e sorriu com gentileza. "Oi!"

"Eu trabalho no mercadinho em frente. Alguns anos atrás, tirei uma foto de vocês meio sem querer. Não imaginei encontrá-los de novo, e queria muito entregar isso para vocês."

Enquanto falava, a moça entregou a Cecília um porta-retrato.

Aquilo já fazia muitos anos. Naquela época, a garota estava no ensino médio e, durante as férias de verão, ajudava a família no comércio. Certa vez, enquanto matava o tempo atrás do balcão, viu na praça oposta um casal que lhe chamou a atenção.

Na hora, pegou o celular e tirou uma foto deles.

Gostou tanto da foto que chegou a revelar e colocou o retrato na loja.

Depois, muitos clientes que viam aquele porta-retrato achavam que era uma imagem de divulgação da cidade e perguntavam até quanto ela cobrava para tirar fotos.

Hoje em dia, ela já estava trabalhando. Voltou para casa para o Ano Novo e, por acaso, reencontrou o casal da foto.

De longe, reconheceu as silhuetas idênticas, e, surpresa, sentiu uma vontade enorme de entregar a foto aos dois.

Cecília pegou o porta-retrato. Na foto, o homem tinha um perfil bonito, sorrindo para ela enquanto dizia algo. Ela, com a cabeça levemente inclinada, olhava para ele com um olhar límpido, iluminada pelo sol que passava entre seus cabelos.

Cecília apertou os lábios, olhou para o sol forte e, recordando o passado, sorriu em silêncio.

No fim da tarde, os dois retornaram para casa. Rodrigo sugeriu: "Vamos caminhando?"

Cecília concordou. Caminhar ao entardecer, com a brisa fresca e o ar puro, permitia apreciar ainda mais a paisagem pelo caminho.

Rodrigo, de sobretudo, segurava firme a mão de Cecília, transmitindo-lhe todo o calor de sua palma para que ela nunca quisesse soltá-lo.

Parecia que não tinham andado muito, mas quando Cecília olhou para trás sem querer, percebeu que já haviam percorrido um longo caminho.

Ao olhar para a estrada por onde vieram, lembrando de todas as dificuldades e obstáculos, ela pensou que não precisava de grandes emoções no futuro, nem de aventuras espetaculares. Bastava seguir de mãos dadas, com tranquilidade, assim, sempre, sempre caminhando juntos!

*

Um ano depois, nasceu Sílvia, filha de Rodrigo.

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