Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4746

Quando todos os outros já tinham ido embora, Tânia finalmente virou o olhar, fitando Leocádia com frieza. "Iván voltou, você sabe disso, não é?"

Leocádia desviou o olhar, um tanto culpada. "Eu sei."

"Por que não me contou?" Tânia perguntou.

Joaquim, vendo que Tânia quase interpelava Leocádia, se sentiu incomodado. "Se ela não quis contar, não tem problema. Ela só conseguiu comer agora, depois de tanto trabalho, primeiro teve que aguentar o escândalo da Sussana, e agora você também quer tirar a paz dela?"

Tânia franziu a testa, olhando para Joaquim. "Então você também sabia!"

Leocádia olhou para Joaquim, surpresa.

Joaquim sentou-se e respondeu de forma calma: "E daí se ele voltou? Muitas coisas já ficaram para trás, e o que passou, passou."

Ele ergueu as sobrancelhas para Leocádia. "Você vai perdoá-lo?"

Leocádia ficou em silêncio por um instante, respondendo com seriedade: "Ele não errou, nunca errou. Não se trata de perdoar ou não."

Mas, assim como Joaquim dissera, o passado ficou no passado — inclusive o amor.

Após terminar de falar, ela pegou sua bolsa. "Já está tarde, já comemos o suficiente, cada um para sua casa."

*

Com Tânia ali, era natural que ela levasse Leocádia para casa.

Joaquim viu Tânia entrar no carro e disse suavemente a Leocádia: "Quando chegar, me mande uma mensagem. Não precisa pensar demais no resto."

Leocádia respondeu, com culpa: "Desculpa, eu não devia ter escondido isso de vocês."

"Boba, você não me deve nada", Joaquim levantou a mão e afagou o topo da cabeça dela. "Iván é seu amigo. Falar ou não sobre isso é seu direito, não podemos nos prender só porque somos amigos."

Leocádia se surpreendeu. "Como você sabe?"

Tânia lançou um olhar de soslaio: "Porque aquele dia você estava diferente."

Leocádia abaixou os olhos. "Naquele dia eu estava mesmo cansada, não teve nada a ver com vê-lo. Nós só trocamos duas palavras."

Tânia falou com clareza e frieza: "O importante é que você saiba o que sente. Ele não voltou por sua causa. E mesmo que tivesse voltado, quem abandona uma vez, abandona duas. Não crie ilusões com esse tipo de homem."

Leocádia desviou o olhar para a janela do carro, vendo o reflexo das luzes de neon, que, com a velocidade do carro, pareciam distorcidas. Ela murmurou: "Na verdade, eu entendo tudo o que ele fez. Mas você está certa. Eu não quero mais ser deixada para trás, não vai ter uma segunda vez."

Ela não sabia exatamente qual era a missão dele dessa vez, mas pelas experiências anteriores em País D, já podia imaginar a natureza do trabalho.

O que ele fazia merecia respeito, não julgamento. Ela nunca o culpou e sabia que a dor que ele sentiu ao deixá-la provavelmente não foi menor que a dela. Por isso, queria que aquela dor tivesse terminado dois anos atrás — que não continuasse, nem se repetisse.