Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4758

Ao chegar ao museu, Leocádia e Iván se despediram e foram procurar seus carros.

Já era fim de tarde, o pôr do sol lançava uma camada dourada ao redor da silhueta delicada da jovem, tornando-a radiante e marcante. Ela se afastou lentamente na direção da luz, enquanto apenas a sombra se alongava e se desfocava atrás dela, como se fosse uma lembrança antiga perdida no tempo, distante e desbotada.

Leocádia encontrou seu carro e, depois de refletir por um instante, decidiu dirigir até o hotel onde a família Cordeiro organizava a festa de aniversário.

Quando chegou, o céu já estava ainda mais escuro. Leocádia encontrou Joaquim sentado em um banco do jardim do hotel.

Sob o peso do crepúsculo, o rosto bonito de Joaquim estava coberto por sombras das árvores. Ele sorriu ao vê-la se aproximar: "Eu sabia que você viria!"

Leocádia franziu a testa. "Há quanto tempo você está aqui esperando?"

"Não sei. Depois que os convidados foram embora, fiquei aqui te esperando!" Joaquim respondeu com um sorriso despreocupado, "Fiquei com medo de ir embora e você chegar depois, e mais ainda de você não me encontrar e achar que eu não te esperei!"

Um sentimento difícil de definir tomou conta de Leocádia, algo entre comoção, tristeza e, mais que tudo, culpa. Sua voz saiu rouca: "Desculpe!"

Joaquim se aproximou, tirou o próprio paletó e colocou sobre os ombros dela. "Estava tão ocupada assim, que nem teve tempo de trocar de roupa!"

"Eu—"

Leocádia mal começou a falar, quando foi puxada para um abraço pelos braços do homem.

Joaquim apoiou a cabeça no ombro dela, fingindo cansaço: "Hoje foi tão cansativo, tive que lidar com tantos convidados! Você só ficou enrolando, eu sei!"

Leocádia, incapaz de suportar o peso do corpo forte e alto dele, deu um passo trôpego para trás e, instintivamente, o abraçou.

Joaquim aproveitou para apertá-la ainda mais. "Fique firme! Lembre-se, você é meu apoio!"

Leocádia riu com a brincadeira dele. "Eu, apoio? Acho que não sou tão confiável assim!"

Joaquim levantou a mão e acariciou os cabelos curtos dela. "Leocádia, sem rodeios: vamos ficar juntos."

Por sobre o ombro do homem, Leocádia viu que o último raio de sol fora engolido pela noite, mas a luz dos postes parecia ainda mais brilhante e acolhedora. Ele a esperou o dia inteiro, do nascer ao pôr do sol, até que as luzes da cidade se acenderam. Neste mundo, quantos outros teriam tamanha paciência para esperá-la assim?

A jovem sorriu com inocência, mas respondeu com firmeza: "Não!"

Não!

Essas duas palavras caíram pesadas, mas quando se foram, foram leves como nuvens, sem deixar rastro.

Joaquim também percebeu algo estranho. Soltou Leocádia e se virou, com uma expressão surpresa.

Iván parou diante de Leocádia, sua silhueta alta bloqueando a luz e tornando seus traços ainda mais sombrios. Ele tirou uma pulseira e a entregou a Leocádia, falando com voz rouca: "Você esqueceu isso no meu carro."

Leocádia olhou para baixo e viu que era uma pulseira de cristal. Notou, então, que as mãos dele tremiam levemente.

Mãos que, mesmo segurando uma faca, eram sempre firmes como uma rocha, agora tremiam!

As veias em seu pulso estavam saltadas, como se ele se esforçasse ao máximo para conter alguma emoção.