Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4784

Os dois pararam na entrada da escada. Carlos terminou de falar e foi para a cozinha, enquanto Leocádia subiu as escadas. Eram degraus antigos de madeira maciça, de cor escura, com luminárias de parede em estilo retrô. As manchas na parede, que já estavam ali dois anos atrás, ainda permaneciam...

O cenário era familiar, a sensação também. Parecia que nada havia mudado.

No topo da escada, havia um pequeno jardim de inverno, que se conectava à varanda. Da varanda, era possível ver todo o quintal dos fundos.

A varanda levava a uma pequena galeria; ao atravessá-la, o primeiro cômodo era um escritório, e o segundo, o quarto de Iván.

Leocádia hesitou por um instante diante da porta, mas acabou entrando.

Tio Castro dissera que naquela noite apenas eles dois jantariam juntos, então, com certeza, Iván não estava ali naquele momento.

A luz do quarto estava apagada, apenas a iluminação do corredor entrava, delineando aos poucos tudo no cômodo, exatamente como há dois anos.

Até a ordem dos livros nas estantes permanecia inalterada.

Leocádia passou diante da estante; a luz era fraca, mas ela conseguia distinguir claramente as palavras gravadas nos troféus e certificados. Não era propriamente ver, pois tudo aquilo já estava gravado em sua memória.

Ela já examinara cada honra dele dezenas de vezes, de trás para frente.

Por fim, sentou-se à beira da cama, perdida em devaneios, sozinha.

Na casa ao lado, a Família Faria ouvia um modão típico de Cidade Costeira; o som suave e envolvente do violão, acompanhado pelos vocais cheios de emoção, ecoava ao entardecer, atravessava a janela e rompia a quietude do crepúsculo.

Leocádia deitou-se devagar sobre a cama, puxou o travesseiro para o peito e, em silêncio, escutou o canto melodioso da mulher.

Talvez por Iván não estar presente, ela relaxou totalmente, até fechou os olhos, sentindo o aroma conhecido do quarto, como se tivesse voltado três anos no tempo.

Naquela época, ela e Iván estavam apaixonados, e ela costumava frequentar a casa da Família Castro, com tanta frequência que o lugar se tornara tão familiar quanto sua própria casa.

Não esperava encontrar Leocádia deitada em sua cama.

Naquele momento, o olhar úmido e ruborizado da garota, sob a luz tênue do entardecer, parecia carregado de mágoa e mistério, deixando o peito de Iván acelerado, sem palavras.

Leocádia abriu levemente os lábios; após o susto, veio o constrangimento. Ela se levantou rapidamente e caminhou para a porta.

"Leocádia!"

Iván deu um passo largo e a alcançou rapidamente.

Leocádia já estava no corredor, mas o homem segurou seu pulso de repente e a envolveu em um abraço apertado.

Ela se chocou de surpresa contra o peito dele; o contato da pele, a sensação conhecida, fizeram seu coração disparar, mas também despertaram resistência. Lutou em silêncio, tentando se desvencilhar daquela prisão.