Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 5424

Laura balançou a cabeça. "Francisco jogou uma xícara de chá em mim. Queimou."

Sua expressão era de desolação. "Agora eu entendi. Nesta casa, a única estranha sou eu. Ao me casar com a família Couto, para a Família Leal eu sou como água derramada, e para a família Couto, sou uma intrusa. Diga-me, para uma filha casada, onde fica o seu verdadeiro lar?"

Júlia segurou a mão dela com o coração apertado. "Irmã!"

Laura sorriu amargamente. "Eu não sei com quem mais posso falar sobre isso. Se contar para a vovó e para o papai, eles só me darão um sermão. A madrasta só vai se alegrar com a minha desgraça. Por isso, só posso contar para você."

Júlia assentiu. "Eu sei."

A voz de Laura embargou. "Sinto que minha vida é um fracasso. Estudei tanto, mas me casei cedo. A família Couto não me deixa trabalhar fora, e eu obedeço. Mas nem mesmo consigo ser uma boa dona de casa."

Júlia balançou a cabeça apressadamente. "Não é que você não seja boa, são os outros que não conseguem ver o seu valor."

Laura olhou para Júlia com os olhos marejados. "Júlia, por favor, não seja como eu!"

Enquanto conversavam, uma empregada entrou, segurando uma tigela de remédio. Colocou-a na frente de Laura. "Senhora, este é o remédio que a senhora Cláudia mandou a cozinha preparar especialmente para você. Ela pediu para que beba enquanto está quente."

Na tigela de porcelana fina, a poção era escura e espessa. Não se sabia o que continha, mas um cheiro forte e penetrante emanava, causando náuseas só de sentir.

Laura olhou de relance, com uma clara expressão de repulsa, e franziu a testa. "Eu não vou beber. Leve embora."

A empregada parecia aflita. "Senhora, por favor, beba."

"Eu disse que não vou beber!" Laura estava um pouco irritada. "Eu não posso nem decidir sobre as minhas próprias coisas? Eu disse que não vou beber, você vai me forçar a engolir?"

"Beber não vai fazer mal. Gastei uma fortuna para conseguir esta receita. Contém ingredientes preciosos, não desperdice meu esforço. Beba logo." Cláudia encarou Laura. "Estou fazendo isso pelo seu bem. Afinal, em famílias como a nossa, não ter herdeiros é uma grande falha."

Laura ainda não queria beber. A atmosfera no quarto ficou tensa e opressiva.

"Laura, eu já te perdoei por tentar criar intrigas entre mim e a família, e ainda tive a bondade de mandar preparar um remédio para você." Os olhos de Cláudia eram mordazes e astutos, sua postura era arrogante, quase ameaçadora. "Saiba a hora de parar!"

Laura apertou os lábios com força, seu corpo todo tenso, mostrando sua resistência de dentro para fora.

Júlia se inclinou e empurrou a tigela de remédio para mais perto de Laura. "Irmã, Cláudia só tem boas intenções. Apenas beba."

Laura olhou para Júlia, incrédula. Em seguida, uma expressão de desolação tomou conta de seu rosto, como se seu último resquício de espírito tivesse se dissipado. Ela pegou a tigela, levou-a aos lábios e engoliu o líquido em grandes goles.