Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 153

Lília Laranjeira apertava mais forte a mão dele: "O que você quer dizer?"

"Mana, estou sofrendo demais." Enzo Laranjeira não tinha forças para retribuir o aperto, seu rosto marcado pela adversidade: "Quando fecho os olhos, só vejo aquela pessoa caída numa poça de sangue..."

De repente, ele puxou sua mão de volta, batendo com força na própria cabeça.

"Eu deveria morrer, por que eu saí naquele dia? Se não fosse por mim, ela não teria morrido!"

Lília Laranjeira rapidamente se levantou, segurando os pulsos dele, mas ele a puxava de uma maneira que a fazia balançar.

Lágrimas escapavam de seus olhos, caindo sobre sua roupa, caindo nas mãos de Enzo Laranjeira.

"Aquele dia, mesmo sem você, teria sido outra pessoa, ela estava determinada a fraudar, entende? A família dela já admitiu isso..."

"Não é certeza, talvez... dando mais tempo para ela, ela poderia ter mudado de ideia, poderia ter se tratado e continuado a viver..."

Enzo Laranjeira estava preso num beco sem saída.

Ele sempre via seu estado como um abismo de desesperança.

Ele até acreditava que a falecida poderia ter saído de seu estado obsessivo, mas não conseguia aceitar que era inocente.

Ele batia na própria cabeça repetidas vezes, e Lília Laranjeira fazia um esforço enorme para detê-lo, sem sucesso.

"Se eu estivesse dirigindo mais devagar, talvez não a tivesse atingido!"

"Se eu tivesse desviado o volante, batido numa árvore, ela não teria morrido!"

"Por que não consegui frear a tempo?"

Um questionamento após o outro, Enzo Laranjeira, angustiado, abraçava a cabeça, ajoelhado na cama do hospital.

Lília Laranjeira também estava desamparada na cama, segurando firmemente sua mão.

"Enzo, não me assuste, fique calmo, não foi sua culpa..."

Ela tentava acalmar Enzo Laranjeira, mas não importava o que dizia, ele continuava angustiado na cama.

Ele não parava de se culpar, e nada do que ela dizia parecia ajudar.

Lília Laranjeira voltou a si, segurando o assistente pelo braço: "Não disseram que ele estava melhorando? Por que isso está acontecendo?"

Ela nunca tinha visto Enzo Laranjeira assim.

Desorientado, em pânico, cheio de culpa excessiva, ele continuava se atacando, como se fosse seu próprio inimigo!

O assistente médico, sem saber o que fazer, disse: "Pelo menos houve momentos de estabilidade na condição do paciente, mas quando a crise vem... ainda é incontrolável. Srta. Lília, por favor, tente se acalmar."

Lília Laranjeira abaixou os cantos da boca, não conseguindo expressar o quanto estava magoada e frustrada.

Ela se encostou na parede, sem saber o que fazer, observando o médico assistente voltar para o quarto do hospital, enquanto ouvia os gritos e protestos de Enzo Laranjeira do interior...

Na sua memória, aquele rapaz cheio de vida e sorrisos, que a chamava de "mana", estava se tornando cada vez mais difuso.

O que seria necessário fazer para trazer o Enzo Laranjeira de antes de volta?

Ela abraçou seus joelhos, encostada na parede em posição agachada, com os cílios umedecidos e colados uns nos outros, obstruindo sua visão.