Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 156

Lília Laranjeira não tinha planos de voltar para casa esta noite. À medida que o céu escurecia, as luzes no quarto do hospital permaneciam acesas, tão brilhantes quanto o dia. Isso fazia seu rosto já pálido parecer ainda mais branco, e o inchaço vermelho em sua testa, resultado de uma pancada, era chocante à vista. Sua sombra refletida no vidro a fazia parecer ainda mais distante e triste. Ela não conseguia parar de pensar nas palavras que Saulo Duarte acabara de dizer.

"Srta. Lília, a condição do seu irmão requer paciência; é um processo passo a passo. Durante este tempo, é possível que ele perca o controle emocional ou tenha comportamentos extremos. Um cuidador estará com ele vinte e quatro horas por dia, você só pode esperar."

Esperar? O processo de espera é sempre o mais torturante em qualquer situação. Ela poderia esperar por muitos resultados. Apenas um seria bom: a recuperação de Enzo Laranjeira. Mas os ruins eram incontáveis. Enzo Laranjeira finalmente se acalmou, adormecendo na cama do hospital. Lília Laranjeira estava sentada na cadeira, com as pernas cruzadas na estrutura da cadeira, olhando para o céu noturno iluminado por neons brilhantes através da janela. Sua mente estava vazia, sem saber sequer no que pensar. Havia tantas coisas, como um emaranhado de fios em seu coração, sem conseguir encontrar um ponto de partida. Ela não sabia o que fazer a seguir.

Do lado de fora do quarto, Benício Freitas estava parado com as mãos nos bolsos. Seu olhar era indiferente enquanto observava a silhueta dela por alguns segundos, antes de olhar seu relógio. Após refletir, ele mandou uma mensagem para Lília Laranjeira.

"Que horas você volta para casa?"

Ainda era cedo, nem sete horas. Normalmente, a esta hora, Lília Laranjeira ainda não estaria em casa. Benício Freitas nunca havia feito essa pergunta antes. Ao ver a mensagem dele, Lília Laranjeira caiu em reflexão. Ele provavelmente só queria confirmar se ela voltaria para casa essa noite. Ele não se importava com o que ela tinha passado, por que ela estava no hospital. Se ela chorasse num canto, ele também não se compadeceria. Então, por que perguntar se ela voltaria para casa? Ela fechou a cara, apagou a mensagem e fechou o celular. Do lado de fora, Benício Freitas, parado ao lado da porta do quarto, não viu o pequeno gesto dela. Sem receber uma resposta, ele presumiu que ela estivesse simplesmente de mau humor e não tivesse visto a mensagem no WhatsApp. Com um leve toque na tela, suas sobrancelhas se franziram levemente. A luz de neon do corredor iluminava sua figura alta, estendendo sua sombra.

Mais uma hora se passou, e Lília Laranjeira, já rígida de tanto ficar sentada, abaixou as pernas e se endireitou, virando-se para olhar Enzo Laranjeira.

‘Pá—’

A porta do quarto foi aberta, Carlos Laranjeira e Nathalia Leite entraram um após o outro. Ambos foram direto para a cama de Enzo Laranjeira.