Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 158

No corredor sombrio, uma pressão invisível fluía incessantemente em sua direção. Ela respirou fundo, fechou os olhos e deixou escapar um "entendido", antes de sair do corredor. Apressada para sair do trabalho, ela retornou ao elevador exatamente quando ele chegava. As portas se abriram, e ela entrou atrás de Benício Freitas. Benício Freitas estava atrás dela, olhando-a atentamente. Ela baixou ligeiramente o olhar, e o inchaço em sua testa estava parcialmente coberto pelos cabelos, mas ainda assim era uma visão dolorosa.

Ele falou em tom grave: "Enzo Laranjeira..." "Obrigada pela preocupação, ele vai ficar bem," respondeu Lília Laranjeira com uma voz suave, mas sem muita força. Porém, havia uma determinação que não podia ser ignorada, uma completa resistência.

Havia duas ideias em sua mente. Uma a fazia pensar que não deveria se zangar com Benício Freitas, não importa o que ele fizesse, ela deveria suportar a dor. Por causa dos cem mil reais mensais. A outra a fazia pensar que deveria ter dignidade, ela era a esposa de Benício Freitas, ela deveria se irritar, deveria esclarecer o que exatamente ele pretendia com Marina Andrade?

Sob esses pensamentos, seu tom de voz tornou-se involuntariamente assim, cortês... mas obstinado. Benício Freitas franziu a testa, parecendo desaprovar a atitude diante dele! Quando foi golpeada por Carlos Laranjeira, por que não reagiu? Ele mordiscou a bochecha, seus olhos se tornando cada vez mais penetrantes.

Percebendo que a temperatura do elevador havia caído alguns graus, Lília Laranjeira finalmente ergueu as pálpebras e lançou um olhar ao homem refletido na parede do elevador. Ela não entendia por que Benício Freitas aparecera de repente no quarto de hospital de Enzo Laranjeira. Até que ela deixou o hospital e Benício Freitas entrou em seu carro. Foi então que ela entendeu, ele apenas queria uma carona.

Nessa hora, o trânsito estava congestionado devido ao horário de pico. As luzes neon complexas e brilhantes refletiam dentro do carro, meio iluminando o rosto distante do homem, meio mergulhado nas sombras. A atmosfera dentro do carro era sufocantemente silenciosa. Nos últimos dias, eles haviam convivido de maneira relativamente harmoniosa, mas agora a temperatura parecia ter caído abaixo de zero. Lília Laranjeira precisava ajustar constantemente seu próprio estado de espírito para conseguir voltar a viver com ele como antes.