Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 19

No restaurante ocidental do bairro leste.

A luz brilhante e complexa no centro do restaurante cobria toda a sala. Benício Freitas e Marina Andrade estavam sentados frente a frente em uma mesa quadrada, enquanto o garçom abria uma garrafa de vinho tinto de Bordeaux e a vertia no decantador. O líquido marrom-avermelhado refletia a luz, iluminando perfeitamente o rosto esguio de Benício Freitas. Sua face angular transmitia um ar de satisfação enquanto seus olhos estreitos fixavam-se no piano não muito distante.

"Que estranho, por que ninguém está tocando piano esta noite?" Marina Andrade, vestida com um vestido amarelo-gengibre e cabelos ondulados soltos, parecia muito mais feminina do que quando usava suas roupas de trabalho. Benício Freitas levantou ligeiramente as sobrancelhas: “Não sei."

Sentar ali e ser observado como um macaco por todos não era algo que Lília Laranjeira, sempre acostumada a ser tratada com luxo, suportaria. Ele até imaginou se ela já teria voltado para casa naquele momento. Lília Laranjeira sempre soube como não incomodar seu trabalho. Portanto, sabendo que ele estava ocupado naquela manhã, Lília Laranjeira discretamente se foi.

“Para vocês, um prato especial, perfeito para o casal!” A voz arrogante de Sandra Barbosa ecoou. Ela colocou um prato quente na mesa e aproveitou para observar Marina Andrade: “Pulmões de casal?” Marina Andrade surpreendeu-se, como poderia um restaurante ocidental oferecer tal prato? “Pulmões de casal são para comer.” Sandra Barbosa sorriu amplamente, recolhendo seu olhar: “Isso se chama — Lobo em pele de cordeiro, cúmplices na desgraça!”

De repente, a temperatura ao redor caiu a ponto de congelar. Sandra Barbosa se considerava destemida, mas por alguma razão, toda vez que irritava Benício Freitas, sentia um arrepio. Talvez porque ela estivesse apenas defendendo Lília Laranjeira e não pudesse apresentar provas concretas para colocar Benício Freitas em seu lugar? Após um momento de silêncio sepulcral, sentiu um aperto em seu pescoço, como se uma mão invisível estivesse estrangulando-a. Ela decidiu se virar e sair.

Benício Freitas, com seus lábios finos e tensos, recuou a mão como se nada tivesse acontecido, inclinando-se para trás na cadeira, exibindo uma postura de desleixo. Parecia que ele não havia percebido nada. Marina Andrade, sem cerimônias, guardou o cartão na bolsa e lançou mais um olhar para o local onde o piano estava. Hoje, Lília Laranjeira, surpreendentemente, não havia aparecido. Os olhos de Marina calculavam algo.

Logo o garçom chegou para servir a refeição, e Benício Freitas comeu com calma. Aproveitando um momento de distração dele, Marina Andrade sacou o celular e tentou capturar a cena deles jantando através do reflexo na janela de vidro. Contudo, o flash disparou. Benício Freitas levantou ligeiramente as pálpebras, lançando um olhar avaliador em direção a Marina Andrade.