Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 37

Lília Laranjeira ajeitou seus longos cabelos negros, parando por um momento: "Não consegui me divorciar, vamos marcar outro dia, tá?"

"O maldito Benício está ocupado defendendo o cachorro da sua futura ex-esposa em um processo, não tem tempo pra te acompanhar no divórcio, né? Uma situação envolvendo um cachorro causando tanto alvoroço. Se as pessoas souberem que o cunhado dele está em apuros legais e ele está lá defendendo um cachorro, vão dizer que quebraram a espinha do bicho!"

Sandra Barbosa sempre fala o que pensa, e quando viu a notícia, mal podia esperar para comentar. Ela se conteve por uma noite, com medo de fazer Lília Laranjeira se sentir mal. Mas não conseguiu se segurar e acabou falando.

Lília Laranjeira prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, seus olhos tremularam levemente, mas ela apenas sorriu, parecendo não se importar: "Bom, eu também não tenho tempo para me divorciar agora!"

Ela pegou sua bolsa e saiu, querendo passar na delegacia, pois ouviu dizer que a polícia estava investigando as câmeras de segurança ao redor do local do incidente, e ela queria ver se havia alguma pista.

Mal entrou no tráfego, seu celular começou a tocar. Era uma ligação de Nathalia Leite, o toque urgente fazia o coração de Lília Laranjeira tremer. Tinha acabado de dar um ultimato para ela de manhã, e agora ela já estava ligando de novo, definitivamente tinha algo errado.

Ela deslizou a tela para atender, e do outro lado, a voz ansiosa de Nathalia Leite se misturava com uma série de xingamentos: "Lília, vem rápido para o Hospital Samaritano! Aqueles caras vieram atrás de nós, eles querem brigar..."

Ela não terminou de falar, e a ligação foi cortada. Quem seriam "aqueles caras"? Os parentes da vítima ou os ativistas online? Era impossível saber.

Lília Laranjeira imediatamente virou o carro e foi direto para o Hospital Samaritano. O apartamento de Sandra Barbosa era muito perto do hospital, levou apenas cerca de dez minutos para chegar.

Vendo que não podiam alcançar as pessoas dentro do carro, eles correram em enxame para Lília Laranjeira. Lília Laranjeira virou-se para correr, mas tropeçou em alguém e caiu no chão. Folhas de alface e garrafas de água mineral começaram a ser jogadas uma após a outra, além de objetos pontiagudos desconhecidos, que a atingiam!

Felizmente, alguns seguranças correram para ajudar, conseguindo parar as pessoas antes que elas começassem a agredi-la fisicamente, limitando-se a jogar objetos. Os espectadores ao redor comentavam e cochichavam entre si sobre o que estava acontecendo. Mas também havia quem sentisse pena de Lília Laranjeira e ligasse para a polícia. Quando os agitadores viram, dispersaram rapidamente.

Lília Laranjeira estava com os cabelos úmidos e colados ao corpo, seus joelhos esfolados sangravam sem parar, enquanto as pessoas ao seu redor se dispersavam. Uma jovem enfermeira se aproximou correndo: "Senhorita, você está bem? Vamos cuidar desses ferimentos."

Tendo presenciado todo o incidente, a enfermeira viu com seus próprios olhos quando os pais de Lília a expulsaram e a deixaram à mercê daquela situação, demonstrando em seu rosto uma expressão repleta de compaixão. O olhar de Lília desviou-se dela e fixou-se na figura de um homem e uma mulher parados na entrada do prédio de consultas do hospital. Talvez fosse pelo brilho que emanava dele, ou talvez porque Lília sempre conseguisse localizar Benício Freitas com precisão inigualável.