Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 47

"Você ainda se lembra de trazer remédio para mim, mesmo com toda a sua ocupação." Lília Laranjeira pegou o frasco de remédio, despejou uma pílula e engoliu diretamente. Depois, ela se levantou e, na frente de Benício Freitas, derramou toda a comida que estava na mesa. Ela não comeu, não estava com fome, estava cheia de raiva. Benício Freitas observou enquanto ela tomava o remédio, depois se virou e subiu as escadas. Ao chegar à curva da escada, ele ouviu o som dos pratos e talheres se chocando na sala de jantar. Seu humor piorou, e sua expressão escureceu. Ele tinha uma videoconferência internacional à noite e decidiu ignorar o mau humor de Lília Laranjeira, tomando um banho antes de entrar no escritório.

Pablo Neto ligou para relatar os detalhes da reunião e, no final, mencionou Marina Andrade, "Diretora Marina disse que você a deixou escolher uma das suas propriedades para morar temporariamente, mas ela escolheu..." "O que ela escolher está bom, não precisa me relatar isso." Benício Freitas estava de mau humor por causa de Lília Laranjeira. Até mesmo a menção a outra mulher o irritava, deixando-o impaciente. Ouvindo isso, Pablo Neto respondeu respeitosamente, "Claro, Diretor Benício." A chamada foi encerrada, e Benício Freitas continuou na reunião até as três da manhã.

Lília Laranjeira teve um sono inquieto, sonhando que Benício Freitas e Marina Andrade estavam juntos no escritório, compartilhando uma refeição. Ela até sonhou que, em plena luz do dia, Marina Andrade entrava e saía do escritório de Benício Freitas, os dois se envolvendo romanticamente na sala de descanso, um lugar onde frequentemente faziam amor. Vendo-os tão íntimos, Lília Laranjeira se sentiu sufocada. Só ao acordar ela percebeu que a sensação de sufocamento era causada pelos beijos intensos de Benício Freitas. Ele removeu o fino cobertor entre eles, seu peito musculoso pressionado contra o corpo delicado dela.

"Estou cansada!" Lília Laranjeira murmurou, com os olhos mal abertos, como se estivesse falando em sonhos. Sua voz suave e seu corpo macio e pálido eram estímulos demais para Benício Freitas, tensionando-o ao ponto de quase quebrar. "O remédio é caro, acabou de tomar e ainda está sob o efeito, não desperdice!" Sua voz era baixa e rouca. O coração de Lília Laranjeira amoleceu, mas ao lembrar dele com Marina Andrade, seu coração endureceu rapidamente. Por mais caro que fosse o remédio, certamente não era mais caro do que os presentes que ele dava para Marina Andrade, valendo centenas de milhares. Sua resistência era inútil, mas depois da noite anterior, ela estava exausta, incapaz de participar, deixando-o fazer o que quisesse.

Na noite anterior, Benício Freitas estava ocupado com novas sensações e não percebeu as diferenças em Lília Laranjeira. Naquela noite, a luz da lua brilhava sobre seu rosto delicado. Ela manteve os lábios sensuais apertados, recusando-se a emitir qualquer som. Lília Laranjeira tinha um rosto deslumbrante, que expressava mil emoções diferentes quando ria ou chorava. Sua teimosia adicionava uma frieza aos olhos, despertando simultaneamente compaixão e o desejo de provocá-la. Benício Freitas não conseguia entender esse sentimento. Talvez fosse a frustração dos últimos dias, querendo vê-la ceder, querendo sua cooperação involuntária, querendo ser o único em seus olhos. Mas ele não conseguiu, embora não desistisse. Ele via sua resistência como um tempero, adicionando um sabor especial. Talvez ela estivesse fazendo de propósito, aprendendo de algum lugar.

No sábado, era o dia de Lília Laranjeira e Benício Freitas voltarem à antiga casa da família Freitas. Bem cedo, Benício Freitas foi primeiro para a empresa, enquanto Lília Laranjeira dirigiu-se para comprar alguns petiscos e frutas. De qualquer forma, a família Freitas nunca a tratou mal. O desejo de se divorciar vinha de problemas pessoais com Benício Freitas, e ela não queria ser desrespeitosa na frente dos mais velhos. Além disso, ela pensou que provavelmente não visitaria muitas vezes mais. Logo de manhã, ela havia telefonado para Pablo Neto, que lhe disse que já havia encontrado o prontuário do falecido, o qual fora diagnosticado com uma doença terminal dois meses antes.