Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 7

O homem de terno preto sob medida se destacava com seus cabelos curtos e aparência afiada. As mangas dobradas até o meio do braço revelavam um relógio Patek Philippe em seu pulso, onde cada movimento exalava a aura de um homem bem-sucedido. Ao seu lado, sentava-se Marina Andrade, trajando um elegante conjunto profissional branco. Seus longos cabelos negros, ondulados em grandes cachos, flutuavam atrás dela. Ela possuía uma presença imponente, mas ao lado de Benício Freitas, adotava uma postura ligeiramente mais suave. Em frente a eles, estava um homem estrangeiro, aparentando ter entre quarenta e cinquenta anos. Eles não estavam em um encontro romântico, mas sim em uma reunião de negócios, algo que ainda assim fazia o coração de Lília Laranjeira tremer. Ao observá-los, os olhares deles também se encontravam com o dela. Os olhos estreitos de Benício Freitas se estreitaram ainda mais por um instante. A mulher vestia um elegante conjunto na cor vinho, seus cabelos compridos e soltos como algas marinhas ao vento. Seu rosto pequeno era uma mistura de inocência e sedução, uma combinação que de alguma forma não parecia deslocada. Ele sabia que ela era bonita, mas nunca imaginou que fosse tanto. Nos dois anos em que estiveram juntos, ele nunca a levou a um evento formal, vendo-a mais frequentemente em trajes domésticos. Essa versão de Lília Laranjeira o deixava admirado. Provavelmente ela soube de sua localização através de Pablo Neto e planejou esse "encontro acidental". Com um sorriso sarcástico nos lábios, Benício pensava nos pequenos truques dela, aos quais ele não dava importância: “Diretor Benício, você a conhece?” perguntou o homem estrangeiro, notando seu olhar fixo em Lília por um tempo considerável e falando em inglês fluente.

Benício Freitas desviou o olhar, com uma voz indiferente: “Não a conheço.” Ela veio até ele esperando que desse o braço a torcer? Impossível. A frieza de Benício se espalhou, atingindo Lília diretamente. As palavras "não a conheço" esmagaram seu coração. Ela mordeu o lábio, forçando-se a se acalmar; tendo entrado, não poderia simplesmente sair. Aqueles que podiam jantar neste restaurante eram ricos ou influentes; causar uma cena e chamar a atenção dos outros clientes prejudicaria a reputação do local. Segurando a barra do vestido com dedos pálidos, ela respirou fundo e caminhou em direção ao piano. Eles haviam pedido a famosa peça de piano: “Canon".

A música expressa a admiração e o amor de um homem por uma mulher. Lília olhou para a música por um longo tempo antes de começar a tocar. Ela não sabia quem tinha feito o pedido. Mas o homem estrangeiro brincava constantemente: “Diretor Benício, ter uma mulher poderosa como a Diretora Marina ao seu lado é realmente encontrar um tesouro!”

“De fato, ela é excepcional,” Benício sorria, elogiando Marina Andrade sem reservas. Marina, sempre elegante, respondeu: “Quando comecei, não era tão boa assim, foi Benício quem me treinou bem.”

A introdução da música era suave, e a conversa entre eles não era abafada pela música agradável. Lília sabia a música de cor, então não precisava olhar para a partitura. Seu olhar involuntariamente caía sobre as pessoas na mesa. Benício inclinava-se em direção a Marina, com a mão apoiada atrás da cadeira dela. Marina conversava ocasionalmente com o homem estrangeiro em inglês fluente sobre negócios, voltando-se de vez em quando para sussurrar algo para Benício. Lília entendia inglês, mas não os termos técnicos de seu trabalho. Benício e Marina estavam em perfeita sintonia, tanto que, às vezes, um olhar era suficiente para se entenderem. Eles lidavam com o homem estrangeiro com facilidade, fazendo os breves cinco minutos parecerem uma eternidade. Ao final da música, ela parou os movimentos de suas mãos, e o som do instrumento ecoou, tornando as conversas das pessoas ao redor da mesa gradualmente mais audíveis.