Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 80

À noite, ela saía do trabalho pontualmente.

Mal havia chegado de carro à entrada do Condomínio Visão Abrange, uma sombra repentinamente surgiu. Assombrada pelo trauma de um acidente anterior, ela pisou bruscamente no freio. Diferentemente daquela vez, após o acidente, ela tinha refletido que naquele tipo de estrada não deveria haver ninguém surgindo de repente. Portanto, ela concluiu que devia ter sido uma alucinação causada pelo excesso de cansaço daqueles dias. Mas desta vez, havia realmente alguém bloqueando o caminho do seu carro.

Ela se acalmou e olhou para frente.

‘Bang——’

Carlos Laranjeira bateu com força no capô, encarando-a com raiva: "Lília, desça do carro agora!" Lília Laranjeira estava dirigindo um carro reserva da família Laranjeira, então não era surpresa que Carlos Laranjeira a tivesse encontrado aqui. Nos últimos dias, ela não atendia as ligações de Nathalia Leite, nem respondia suas mensagens. Provavelmente, Carlos Laranjeira, preocupado com o assunto de Enzo Laranjeira, veio procurá-la.

Ela desfez o cinto de segurança e saiu do carro. Carlos Laranjeira avançou rapidamente em sua direção, segurando firmemente seu pulso: "Como você conseguiu ofender Benício Freitas? Ele vai destruir todos os negócios da família Laranjeira!" Lília Laranjeira sentiu uma dor aguda no pulso e franziu o cenho: "O que ele fez?"

Através da multidão, ela viu um Maybach estacionado à beira da estrada. O coração de Lília Laranjeira parou por um momento, seu sangue parecia congelar. Pela fresta da janela do Maybach, que estava parcialmente abaixada, ela podia ver os olhos profundos do homem. Benício Freitas estava assistindo a todo o drama sem piscar.

"Lília, tenha um pouco de autoconsciência! Casar-se com Benício Freitas é a sorte de várias vidas suas!" "Você diante dele, que dignidade pode reivindicar?" "Se você realmente se divorciar, vai se tornar mercadoria usada, ainda espera casar com alguém de valor!?" "Se voltar agora, seja chorando, fazendo escândalo ou se ajoelhando para pedir desculpas, eu não me importo, você deve conseguir seu perdão. Daqui para frente, pare de tentar parecer mais do que é. Mesmo que ele te mande embora, você não pode ir!" Carlos Laranjeira repreendia-a.

Ele não percebeu que ela permaneceu imóvel no seu lugar. Sua expressão era pálida, como se estivesse na frente de Benício Freitas, despida de suas roupas, inundada de vergonha. E os olhos de Benício Freitas, que gradualmente se enchiam de sarcasmo, a faziam sentir-se ainda mais deslocada. Aqueles olhos pareciam zombar dela: ela era tão insignificante aos olhos de seu pai, Carlos Laranjeira! Um brinquedo para agradá-lo, que deveria girar ao redor dele, ainda esperava que ele a olhasse com mais consideração? Ela não merecia!