Lugar para você (Alana e Enzo) romance Capítulo 1501

Quando Emanuele voltou para casa, hesitou em acender as luzes. Como a iluminação estava fraca, ela ligou uma luz noturna e começou a limpar a casa. Logo depois resolveu preparar um macarrão com queijo no jantar, então pegou uma caixa do fundo do armário e colocou a água para ferver.

Um dos passatempos favoritos de Joana era conversar com outros aposentados do bairro. Portanto, ela retornaria por volta das 18h, e Emanuele prepararia o jantar antecipadamente enquanto aguardava seu retorno.

Após a jovem terminar de arrumar a mesa com os talheres, Joana voltou para casa. Ela havia completado sessenta e seis anos, e apesar dos cabelos prateados e do rosto enrugado, estava cheia de vida e vitalidade.

“Manu, o jantar está pronto?”

“Vovó, aconteceu algo interessante hoje?” Enquanto cozinhava o macarrão, Emanuele a envolveu em uma conversa.

Joana alegremente a atualizou sobre os acontecimentos locais, como qual família estava sem filhos há anos, mesmo estando casada, e cuja nora estava passando por um divórcio. A jovem achava agradável conversar com ela, pois sabia que isso ajudaria a memória de Joana e retardaria a progressão de sua demência.

Por outro lado, Emanuele mencionou como havia encontrado Selena mais cedo naquele dia no café. Quando Joana ouviu isso, soltou um suspiro de simpatia por Emanuele. Ambas, Selena e Emanuele, tinham mais ou menos a mesma idade, mas Selena tinha a vida privilegiada de uma filha rica, enquanto Emanuele era obrigada a se contentar com menos.

“Manu, escute bem.”

“O que é?”

“Se eu um dia partir, você deve procurar seu tio e se mudar para morar com ele.”

“Vovó, o que você está dizendo? Você tem muitos anos pela frente.” Emanuele a interrompeu apressadamente.

Joana riu. “Eu quis dizer ‘se’, boba. Então, lembre-se de ir morar com seu tio quando chegar a hora.”

“O tio Carlos tem a própria família. Eu não posso morar com eles.” Emanuele nunca havia considerado a possibilidade de tal cenário.

“É melhor ser rejeitada do que não ter ninguém com quem contar. Afinal, Carlos é seu tio, então ele não a deixará sozinha.” Joana falou com firmeza. Ela estava envelhecendo, naturalmente preocupada com sua neta.

Os olhos de Emanuele ficaram úmidos enquanto assentia. “Está bem.”

“Por quê? Estou feliz em gastar com elas”, ela resmungou. Frustrada pela falta de atenção do marido, perguntou: “O que está acontecendo com você ultimamente?”

“Estou pensando se Manu foi tratada injustamente. Minha consciência está me incomodando.”

Então, Olívia riu sarcasticamente: “De que adianta se desculpar?”

“Poderíamos compensar sua perda oferecendo assistência financeira para que ela não tenha que suportar tanto sofrimento em sua vida diária.”

“De jeito nenhum. A vida é feita do que você faz dela; infelizmente, a vida de Emanuele está destinada a ser difícil. Além disso, não temos controle sobre isso.” Olívia declarou sarcasticamente. “Ainda não conseguimos um emprego para nossa filha!”

“Já fiz minhas ligações, mas meu contato está viajando a negócios. Quando ele voltar, arranjará um cargo para a Lena.”

Vendo como Carlos era sensível, ela se sentou ao lado dele e o persuadiu: “Pense nisso. E se ajudar a Emanuele levar a ela se envolver com nossa família? Se estendermos a mão para ela uma vez, ela voltará pedindo mais. Então, ela se mudará para cá após a partida da tia Joana? Pior ainda, e se ela escolher viver às nossas custas pelo resto da vida? Se você não der dinheiro a ela agora, está dizendo a ela que não somos pessoas em quem ela pode confiar. Às vezes, não há mal em ser implacável, certo?”