Lugar para você (Alana e Enzo) romance Capítulo 2101

Momentos após recuperar a consciência, Carolina segurou a mão de Júlio e perguntou: “Onde está o Júnior? Me leve até ele.”

Seu irmão havia dado ordens estritas aos guarda-costas envolvidos no resgate, insistindo em mantê-lo em segredo. Assim, ele só pôde responder com um olhar de pesar, sem saber como dar a notícia a ela.

No entanto, aquele único olhar falava volumes, dilacerando seu coração antes que uma palavra fosse proferida. “N-Não. Não pode ser. Ele não me deixaria para trás”, soluçou com as mãos cobrindo o rosto. A dor que sentia era diferente de tudo que já experimentara, e ela não conseguia entender a ausência de Júnior.

Júlio estendeu a mão para tentar confortar sua irmã. “Ele se sacrificou por você. Você deve encontrar forças para continuar.”

Ela olhou para cima com um par de olhos vermelhos e inchados. “Qual é o sentido de viver sem ele? Eu preferiria estar no lugar dele.” Lágrimas continuaram a escorrer pelo seu rosto, encharcando os lençóis. Sua palidez dava a impressão de que poderia desmaiar a qualquer momento. Memórias de sua história de amor enchiam sua mente. Seus olhos, voz e beijo a envolviam como um abraço caloroso. A ideia de uma vida sem ele era insuportável. Ela não conseguia imaginar seguir em frente. “Onde ele está? Preciso vê-lo”, disse suavemente, lutando contra a tontura que se aproximava. Ela temia perder a chance de se despedir uma última vez.

“Ele foi levado de volta pelas forças especiais. Não poderemos vê-lo”, disse Júlio.

“Não. Você tem que arranjar um jeito para eu vê-lo uma última vez. Se você não ajudar, pedirei ao papai ou ao Sr. Lima. Preciso vê-lo, não importa o que aconteça”, suplicou com lágrimas correndo pelo rosto.

O coração de Júlio doía ao assistir à angústia de sua irmã. Toda a família a mimara desde pequena e nunca enfrentara tamanha adversidade. Eles haviam garantido que ela nunca precisasse enfrentar dificuldades, mas agora ela tinha que lidar com a dor de perder seu ente querido.

Ele lamentava ter o levado para o treinamento. Se tivesse permitido que ele levasse uma vida normal, Júnior estaria administrando uma empresa bilionária e se tornando um homem influente. Infelizmente, Antony o havia trazido para uma organização como as forças especiais, forçando ele a se adaptar a uma vida de perigo e incerteza.

Por outro lado, Antony desejava que a linhagem da Família Walker continuasse, mas a profissão de Júnior garantia que ele nunca pudesse levar uma vida normal. Mesmo que ele deixasse o exército, as cicatrizes de suas experiências o assombrariam, impedindo-o de viver como uma pessoa comum.

Naquele momento, um médico saiu da sala de operações e olhou para o homem. “Sr. Walker, posso ter um momento do seu tempo?”

“Não precisa disso. Apenas me diga.” Ele desejava desesperadamente saber a condição do outro.