Lugar para você (Alana e Enzo) romance Capítulo 878

Na sala de conferências, a jovem chorava enquanto ouvia as vozes de seus pais no telefone, e não pôde deixar de soluçar alto. “Mãe, Pai...”

“Querida, as coisas estão mais perigosas do que imaginávamos. Você precisa ouvir o Capitão Lima e ficar na base onde podem mantê-la segura, está bem? Não queremos que você se machuque novamente”, Gilberto disse do outro lado da linha, com a voz séria, mais séria do que nunca.

“Mas não quero que vocês dois corram perigo por minha causa. É tudo minha culpa. Sou eu quem trouxe todos esses problemas. Sinto muito, Mãe.” Ela chorou culpada.

Dafne a confortou suavemente: “Filha, estou bem. Sei que você está preocupada comigo, mas isso acabou, e vou ficar bem. Você é nossa única filha, e não podemos deixar nada acontecer com você. Você entende?”

“Todos na família serão enviados para um lugar seguro. Nos encontraremos novamente assim que tudo isso passar”, prometeu Gilberto.

“Mesmo? Os dois também irão para um lugar seguro? Vocês virão para cá na base?”, ela perguntou, querendo desesperadamente se reunir com seus pais o mais rápido possível.

“Não, fizemos outros arranjos. Protegê-la é a maior prioridade, e você tem que ficar onde o Capitão Lima possa vê-la. Ouça-o e não cause problemas”, Gilberto enfatizou.

A decepção passou pelos olhos dela quando ouviu que seus pais não viveriam com ela tão cedo, mas assentiu e disse: “Está bem. Prometo que vou me comportar muito bem.”

Gilberto murmurou em resposta. “Muito bem, então. Vamos desligar agora, e não nos ligue a menos que seja uma emergência. Não podemos correr muitos riscos.” Ele desligou depois disso, sabendo que a organização criminosa atrás de Ângela tinha meios para hackear todos os sistemas de telecomunicações. Não podia arriscar que rastreassem sua filha.

A mulher entregou o telefone de volta a Thiago. Ela suspirou quando olhou para cima, apenas para ver quatro pares de olhos a encarando preocupados. Ela sentiu calor no coração quando lhes deu um sorriso fraco e disse: “Estou bem agora. Obrigada por se importarem, pessoal.”

“Espero que não leve isso contra o nosso capitão. Ele está apenas cumprindo seu dever de protegê-la”, disse Thiago, defendendo Richard.

Júlio se juntou aos esforços para pintar uma imagem melhor dele também. “Não seja muito dura com ele. Sei que pode parecer rude e insensível, mas é mais leal e cuidadoso do que qualquer outra pessoa.”

“Está tudo bem”, respondeu indiferente, como se já tivesse esquecido o incidente.

Isso só serviu para aumentar sua culpa. Por alguma razão, sua indiferença a deixou ainda mais angustiada.

Richard passou por ela e parou na frente de William, depois se curvou ligeiramente para falar com ele com a voz baixa. Seu perfil perfeitamente esculpido estava em exibição. Ela conseguia ver claramente o brilho frio em seus olhos, que estavam enquadrados por cílios longos que se enrolavam levemente para cima. Ele parecia calmo e tranquilo como se nada pudesse abalá-lo.

Havia algo nele que simplesmente chamava a atenção de qualquer sala que entrasse. Mais importante ainda, não havia nada desprezível em seu trabalho. Pelo contrário, era respeitável, e essa realização só a envergonhava ainda mais por seu surto irracional.

“Estarei no meu quarto”, murmurou baixinho enquanto se levantava para sair.