Luna verdadeira romance Capítulo 188

POV de Gabriel

Acordei bem cedo e decidi acordar Nick para que pudéssemos olhar as informações que Sebastian me deu.

Também precisava dele para me ajudar a decidir como contar a verdade para Aria.

Escovei os dentes e entrei no chuveiro.

Me vesti e saí silenciosamente do meu quarto.

Quando estava prestes a bater na porta do quarto de Nick, ele a abriu e fez um sinal para eu ficar quieto.

Olhei para ele confuso, e ele fez um gesto para trás.

Aria estava dormindo em sua cama, abraçando o travesseiro dele.

Franzi a testa e olhei para ele friamente.

"Não aconteceu nada, cara," ele sussurrou. "Ela não conseguia dormir, e veio aqui."

"Vamos," eu disse baixinho. "Não a acorde."

Ele saiu e fechou a porta silenciosamente.

Caminhamos até o escritório da minha avó.

Assim que entramos e ele fechou a porta, dei-lhe um olhar sério.

"O que diabos aconteceu?" perguntei a ele.

Ele suspirou. "Nada, Gabe. Ela não conseguia dormir e veio até mim sozinha. Eu não disse para ela fazer isso. O vínculo fez. Ela precisava de mim para dormir."

Franzi a testa e passei a mão pelo meu cabelo. Fiquei feliz que ela dormiu, mas não tão feliz que tenha sido na cama de Nick.

"Nick, vá devagar," eu disse seriamente. "Se você machucá-la, eu te mato."

"Eu acredito que você fará isso," Nick disse. "Mas machucá-la parece impossível, cara. Eu não consigo fazer isso. Eu a amo. Ela é minha."

Franzi a testa, mas assenti. "Como ela está?"

"Acho que ela ficará bem," ele suspirou.

"Ótimo," eu disse e sentei atrás da mesa. "Como eu conto para ela?"

"Não sei," ele disse. "Comece dizendo que entende que isso será um choque para ela, mas que estará lá para ela. Diga que precisa que ela saiba a verdade. Ela gosta de você, Gabriel. Eu consigo perceber. Ela se sente segura perto de você. Ela ficará chocada, mas ficará feliz em saber que você é seu irmão."

Suspirei e passei a mão pelo meu cabelo.

"Só espero que ela não fuja," eu disse baixinho.

"De jeito nenhum eu permitirei que isso aconteça," ele rosnou. "Ela pertence aqui conosco."

"Você estará lá quando eu contar para ela?" perguntei a ele.

Esperava que sim. Ele era meu amigo e eu precisava dele lá. E achei que ajudaria Aria tê-lo lá com ela.

"Estarei," ele assentiu. "Acho que ela vai precisar de mim. O vínculo vai ajudar."

"Ótimo," eu sorri. "Eu estava esperando que você dissesse isso."

Nick sorriu e sentou no sofá.

"Então, sobre as informações que Sebastian te deu?" ele me perguntou.

Abri a gaveta da mesa. Coloquei o envelope aqui ontem antes de ir para o meu quarto.

Peguei um envelope grande e branco e abri cuidadosamente.

Havia alguns papéis dentro e uma foto da mulher.

Ela devia ter uns vinte e poucos ou trinta anos na foto. Seu cabelo era castanho e preso em um coque apertado. Seus olhos eram castanhos escuros, quase pretos. Seu rosto era suave e pálido. Eu podia dizer que ela era uma megera só pelo seu olhar frio.

Ela devia ter uns cinquenta ou sessenta anos agora.

Entreguei a foto para Nick e comecei a ler o que estava escrito no papel.

"Há algo útil?" Nick me perguntou depois de alguns minutos.

"Ela é uma lobisomem," murmurei.

Continuei lendo e franzi a testa.

Pelas informações que Sebastian conseguiu reunir, Patricia era uma verdadeira megera. Ela apoiava Victor cegamente e deu a ele algumas boas ideias sobre erradicar a raça humana. Ela era uma extremista, não havia dúvidas sobre isso.

Ela tinha um diploma universitário em história e política. Dizia aqui que ela era inteligente, calculista e fria. Sempre tinha sido. Reunir humanos em uma nova inquisição e fazê-los matar sobrenaturais provavelmente era ideia dela.

Depois que Victor foi removido de seu cargo, ela desapareceu. Ninguém sabia o que aconteceu com ela. Victor permaneceu em destaque por um tempo, tentando reunir seus seguidores e recuperar o poder.

Suas tentativas foram malsucedidas. Até agora.

Havia rumores de que Victor matou Patricia porque ela o ajudou a ser derrubado. Aparentemente, ela estava atrás de poder e quando viu que outros sobrenaturais estavam se voltando contra Victor, ela mudou de lado, esperando subir ao poder sem ele.

O contato de Sebastian conseguiu descobrir uma possível localização onde Patricia poderia estar escondida. Seu contato não acreditava que ela estivesse morta.

Ele listou algumas aldeias, todas a mais de cinco horas de distância de nossa cidade. Devíamos ir e investigá-las.

Quando estava prestes a olhar para Nick e contar tudo o que descobri, vi algo escrito à mão na parte inferior da página.

Companheira de Victor?

Sorri e olhei para Nick. Ele estava me olhando e pude ver o quanto ele estava impaciente.

"O que diz aqui?" ele perguntou.

"Patricia pode ser a companheira de Victor," eu disse baixinho.

Os olhos de Nick se arregalaram. Ele me olhou por um tempo e depois sorriu.

"Ela é a fraqueza dele," ele disse.

Assenti e entreguei os papéis para ele.

Ele os pegou e começou a ler. Eu o vi franzir a testa e depois sorrir no final.

"Devemos ir a essas aldeias e encontrá-la," ele disse. "Se ela realmente for a companheira dele, teríamos uma vantagem."

Assenti. "Sim. E se ela não for, ela é a única que realmente o conhece. Ela poderia ser uma ótima fonte de informações."

Nick assentiu e me devolveu os papéis.

Coloquei-os de volta no envelope e guardei o envelope na gaveta da mesa. Queria planejar nossa viagem às aldeias, mas fomos interrompidos por uma batida na porta.

"Entre," eu disse.

A porta se abriu e Aria entrou.

"Oi, amor," Nick disse com um grande sorriso no rosto.

"Oi, pessoal," Aria disse e se aproximou. "Queria falar com vocês sobre algo."

"Claro," eu disse e fiz um gesto para ela se sentar no outro sofá.

"O que é, amor?" Nick perguntou a ela e se inclinou na direção dela.

Aria olhou para o colo. "Eu queria falar com você sobre ir para a minha antiga aldeia. Aquela em que nasci."

Eu cerrei os punhos. Ela nasceu aqui, não em alguma maldita aldeia.

"Por que você quer ir lá?" Nick perguntou a ela.

"Eu quero ver a Cassie e o Jake", ela disse, sem olhar para cima. "Sinto muito a falta deles. Preciso saber se eles estão bem."

Eu engoli em seco. "Sobre o quê?"

"Sobre Victor e a profecia", Gabriel disse, olhando para mim.

Será que ele sabe algo sobre a profecia? Será que ele sabe sobre o livro? Será que ele sabe que eu o encontrei?

Eu o encarei sem dizer uma palavra. Esperei que ele começasse.

Ele olhou para baixo e suspirou. Parecia tão nervoso.

Por que ele estava nervoso? Eu era quem deveria estar em apuros, não? Fui eu quem encontrou aquele livro e não contei a eles.

Ele abriu a boca para falar, mas foi interrompido quando o telefone de Nick tocou.

"Merda", ele murmurou e atendeu.

Ele se levantou e foi até a janela. Eu olhei para Gabriel. Ele estava olhando para Nick, franzindo a testa. Ele não estava feliz por ter sido interrompido.

Nick desligou e voltou para nós.

"Desculpe", ele disse a Gabriel. "Era a mãe. Ela está trazendo o café da manhã."

Gabriel suspirou e passou a mão pelo cabelo.

"Que tal comermos e continuarmos essa conversa depois do café da manhã?" Nick perguntou e olhou entre mim e Gabriel.

Eu não queria isso. Eu precisava saber o que ele queria me dizer. Não posso comer agora.

Mas Gabriel assentiu. "Ok. Vamos tomar café da manhã e depois conversamos."

Eu suspirei desapontada, mas me levantei e segui os caras para a cozinha.

A Sra. Black, mãe de Nick, já estava lá. Ela estava colocando um prato cheio de panquecas de mirtilo na mesa da cozinha.

Ela olhou para cima e sorriu brilhantemente quando nos viu entrar.

"Oh, minha Deusa, querida", ela disse e veio até mim. "Estou tão feliz que você é a companheira do meu filho. Você é linda e gentil, e o Nick tem muita sorte de ter você."

Ela me abraçou apertado, e eu sorri.

"Obrigada, Sra. Black", eu disse.

"Oh, querida, me chame de Linda", ela disse, me soltando. "Eu já te disse isso."

Eu sorri e assenti, assim que Annie entrou na cozinha.

"Você deve ser a Annie", Linda disse e a abraçou. "Bem-vinda à família, Annie."

Annie ficou surpresa, mas feliz. Ela sorriu brilhantemente e abraçou Linda de volta.

"Obrigada, Sra. Black", ela disse.

"Linda. Apenas me chame de Linda", ela disse. "Sra. Black me faz parecer velha."

"Você está velha, mãe," disse Nick brincando.

Ela se virou para ele e franziu a testa. "Eu vou te dar um tapa, rapaz. Não importa o quão velho você seja."

Nós rimos e Nick sorriu para sua mãe.

Eu não pude deixar de sorrir. Deusa, ele era lindo.

"Vamos, sente-se e coma," disse Linda e nos puxou para a mesa.

Linda ficou e tomou café da manhã conosco. Ela nos disse que o pai de Nick estava no trabalho, mas adoraria conhecer Annie e eu quando estivéssemos prontas.

Ela era uma senhora incrível, e fiquei feliz em conhecê-la. Ela parecia ser uma ótima mãe para Nick e eu podia ver o quanto ele a amava. Gabriel também. Fiquei feliz que eles a tivessem enquanto cresciam.

Eu estava sorrindo, conversando e aproveitando o café da manhã, mas não conseguia parar de pensar sobre o que Gabriel queria falar.