Luna verdadeira romance Capítulo 213

POV de Gabriel

Eu não conseguia respirar.

Imagens dela sendo torturada e morta continuavam se repetindo na minha mente.

Ele ia usá-la e matá-la.

Eu não posso deixar isso acontecer. Eu tenho que encontrá-la.

“NICK!” Eu gritei. “Rastreie o cheiro dela!”

Eu podia ouvi-lo andando atrás de mim. A raiva estava emanando dele em ondas.

Ele correu passando por mim para a floresta, pegando o cheiro dela e seguindo-o. Jacob estava ao meu lado, e eu podia ver o quão tenso ele estava.

Acho que isso foi o mais difícil para ele. Blake era seu amigo. E por mais que eu odeie admitir, Jacob estava apaixonado por Aria. A traição de Blake o atingiu com mais força.

Nós estávamos correndo há um tempo agora, e eu podia ver a estrada à nossa frente. Meu coração puxava dolorosamente. Se eles saíram de carro, não havia como rastreá-los.

Nick parou no final da estrada e cheirou o ar.

Um rosnado alto perfurou o silêncio.

“Eu perdi,” ele murmurou. “Não consigo mais sentir o cheiro dela.”

“Eles saíram de carro,” Jacob disse, passando a mão pelo rosto.

“MERDA!” Nick rosnou e começou a socar a árvore com o punho.

Eu caí de joelhos e agarrei meu cabelo com os punhos.

Ela se foi.

Como diabos íamos encontrá-la? Não tínhamos ideia de onde Victor estava se escondendo. Não conseguíamos encontrar Patricia. Não tínhamos absolutamente nenhuma vantagem contra ele.

Eu podia ver Nick gritando de raiva, mas não conseguia ouvi-lo. A única coisa que eu conseguia ouvir era meu coração batendo no peito.

Jacob estava encarando a estrada. Suas mãos estavam cerradas em punhos. Sua mandíbula continuava tremendo.

Eu tinha que me mover. Eu tinha que me levantar. Eu tinha que ir até ela.

Eu me levantei e fui até a estrada, tentando encontrar a menor pista sobre a direção que eles seguiram. Marcas de pneus, cheiros, qualquer coisa serviria.

Mas não havia nada. Absolutamente nada.

“Gabriel,” Jacob me chamou baixinho.

Eu me virei para olhá-lo. Seus olhos estavam vermelhos, e ele parecia que não tinha dormido em semanas.

Nick estava no chão atrás dele, segurando o peito. Eu podia ouvi-lo gemendo baixinho.

“Temos que voltar e fazer um plano,” Jacob disse. “Ele não vai matá-la. Ele precisa dela.”

“VOLTAR?!” Nick rugiu e se levantou. “Eu não vou voltar lá até encontrar ela!”

Nick parecia selvagem. Eu nunca tinha tido medo dele, mas agora eu estava. Eu tinha ouvido o que acontecia com os lobisomens quando perdem uma companheira, mas ver era totalmente diferente. Ela não tinha ido embora há muito tempo, mas ele já parecia um homem selvagem e perdido.

“Jacob está certo, Nick,” eu disse lentamente. “Precisamos de um plano. Não sabemos em que direção eles saíram. Ele não vai matá-la. Ele precisa dela.”

Nick rosnou e olhou para mim. Meu sangue congelou.

Isso não era o Nick. Isso não era meu amigo.

Isso era um monstro selvagem e ferido.

Ele se lançou em minha direção, mas consegui evitar seu ataque. Ele perdeu o equilíbrio e caiu de joelhos. Eu me virei rapidamente, antecipando outro ataque.

Nick estava ferido e não estava pensando claramente. Seus ataques não eram calculados. Ele era guiado pela dor e pela raiva. Eu sabia que podia me defender. Eu podia evitar seus ataques. Eu só não podia deixá-lo me tocar. Neste momento, sua força era o perigo real. A necessidade de encontrar e proteger sua companheira o tornava mais forte do que nunca. Se ele conseguisse controlar seus movimentos, ele seria a arma mais perigosa do mundo.

Ele se levantou e se virou para me encarar. Seus caninos estavam à mostra e suas garras se alongaram. Ele se lançou em minha direção novamente, mas uma explosão repentina o parou.

“Altum somnum,” Jacob murmurou, e Nick caiu com um estrondo alto.

Eu olhei para Jacob e soltei um suspiro que não sabia que estava segurando.

“Obrigado,” eu suspirei.

Eu odiava que Jacob tivesse que fazer isso. Mas Nick se foi. Jacob não teve outra escolha.

“De nada,” Jacob murmurou. “Pegue ele e vamos para casa. Não temos tempo para isso.”

Eu fui até meu amigo, o peguei pela cintura e o joguei sobre meu ombro. Ele estava pesado, mas consegui carregá-lo.

Quando nos aproximamos da casa, Cassie saiu correndo. Blake a seguiu e minha visão escureceu assim que o vi.

“Oh, Deusa!” Cassie arfou e cobriu a boca com a mão. “O que aconteceu?!”

“Eu tive que colocá-lo em um sono profundo,” Jacob explicou. “Ele atacou Gabriel.”

Cassie arfou e me olhou. “Você está bem?”

Eu assenti e passei por ela. Lancei um olhar assassino para Blake enquanto passava por ele.

Levei Nick para o quarto e o coloquei na cama. Ele gemeu e pegou o travesseiro que, eu presumia, pertencia a Aria. Ele enfiou o nariz nele e seu corpo relaxou.

Eu ouvi Jacob atrás de mim.

“Quanto tempo até ele acordar?” eu perguntei a ele.

“Algumas horas talvez,” Jacob disse.

Eu assenti e me virei para descer as escadas. Jacob fechou a porta do quarto e me seguiu.

Quando cheguei embaixo, vi Blake sentado no sofá. Cerrei os punhos e fui até ele.

Os olhos de Cassie se arregalaram, e ela correu em nossa direção. Ela ficou na frente de Blake e me olhou com olhos suplicantes.

“Gabriel, por favor,” ela disse baixinho.

Blake se levantou e moveu Cassie para o lado. “Está tudo bem, Cass. Eu mereço tudo.”

Minha companheira estava amarrada a uma cama, gritando meu nome, implorando para eu ajudá-la.

Calvin estava ao lado de sua cama. Suas mãos tocavam seu corpo. Suas mãos estavam tocando o que me pertencia. Minha companheira estava gritando e se debatendo, tentando escapar das restrições que a mantinham cativa.

Mas Calvin estava morto. Eu o vi morrer. Eu ajudei a matá-lo.

Minha companheira em uma poça de seu próprio sangue. Seus olhos sem vida estavam me encarando. Aquela cor verde que eu adorava tinha ido embora.

Ela se foi.

Meu corpo inteiro parecia que estava queimando. Meu coração se partiu em um milhão de pedaços. Não sobrava nada de mim. A única coisa que restava era dor. Fechei os olhos e me enrolei em uma bola. Seu cheiro me cercava, e eu tentei me agarrar a ele.

"Eu também te amo", ela disse baixinho.

Ouvi sua voz, mas não pude vê-la.

Eu não pude vê-la porque ela se foi.

Forcei-me a abrir os olhos. Eu tinha que vê-la.

Eu estava de volta ao nosso quarto. De volta à nossa cama. Eu estava agarrando seu travesseiro e tremendo.

Ela se foi. Ela realmente se foi.

Eu não conseguia ouvir Nate, mas podia sentir sua dor, raiva e desespero.

Tentei lembrar o que aconteceu.

A última coisa que me lembro é que estava correndo pela floresta, seguindo seu cheiro. Cheguei à estrada, mas seu cheiro parou ali. Eu queria tentar segui-lo mais adiante, mas...

Lembro.

Rosnei alto e pulei.

Os desgraçados me impediram! Eles me pararam e lançaram um feitiço em mim!

Ouvi passos correndo em direção ao meu quarto, e alguns momentos depois, Gabriel e Jacob invadiram.

Os olhos de Gabriel estavam arregalados enquanto me encarava.

"Seu bastardo!" Rosnei.

"Nick, me escute, por favor," Gabriel disse calmamente, levantando as mãos em rendição. "Nós tivemos que fazer isso. Você me atacou. Você não estava no controle."

"É CLARO QUE EU NÃO ESTAVA NO CONTROLE!" Eu gritei. "MINHA COMPANHEIRA SE FOI E VOCÊ ME PAROU QUANDO EU TENTEI ENCONTRÁ-LA!"

"EU TIVE QUE FAZER ISSO!" Gabriel gritou de volta. "Você não estava pensando claramente. Ainda não está. Não há como encontrá-la assim. Nem sabemos em que direção eles partiram. Precisamos de um plano!"

"Eu poderia ter seguido o cheiro dela," eu disse entre os dentes.

"Que cheiro, Nick?" Gabriel suspirou. "Você perdeu o cheiro dela quando chegamos à estrada. Você não poderia segui-lo, porque não havia cheiro para seguir."

Eu cerrei os dentes enquanto o encarava. Ele estava certo. O cheiro dela tinha sumido.

"Eu sei que você está sofrendo," Gabriel disse e colocou a mão em meu ombro. "Eu também estou sofrendo. Mas vamos encontrá-la. Vamos trazê-la de volta."