Luna verdadeira romance Capítulo 72

Ponto de vista de Emma

"Vamos lá, linda", disse Samuel. "Se apresse."

Ele apertou meu braço com força e eu tropecei atrás dele. Eu continuava olhando para trás, desejando poder correr de volta para a segurança dos braços do meu companheiro.

"Não adianta olhar para trás, Emma", suspirou Samuel. "Você não voltará lá por um tempo."

Meu coração se apertou dolorosamente e eu queria gritar. Eu só queria voltar para o meu companheiro. Eu só queria voltar para o meu irmão.

"Por que você está fazendo isso?" perguntei desesperadamente. "Não há nada de especial em mim. Sou apenas uma loba como qualquer outra."

Samuel se virou e sorriu. "Não, você não é. Você sabe alguma coisa sobre si mesma, Emma?"

Engoli em seco e balancei a cabeça.

"Você é muito especial", disse Samuel. "Você é a única criatura na Terra que pode compartilhar sua magia com os outros. Bem, você não pode fazer isso agora. Você será capaz de fazer isso assim que eu te marcar."

Meu estômago se contorceu de dor. Só de pensar nele perto de mim me fazia querer gritar. Eu nem conseguia imaginar como seria ter seus lábios no meu pescoço. Eu nem conseguia imaginar como seria ter suas mãos no meu corpo. Eu não queria isso. Eu queria o Logan. Apenas o Logan.

"Eu não tenho magia", murmurei baixinho.

"Sim, você tem", Samuel riu. "Talvez você não esteja ciente disso, mas você tem, Emma. Você vai descobrir assim que as bruxas começarem seus experimentos."

Meu coração deu um salto. O que ele estava falando?!

"Experimentos?" perguntei, olhando para a bruxa encapuzada que caminhava um pouco mais adiante.

"Bem, linda, você veio com um preço", suspirou Samuel, apertando ainda mais meu braço. "Para te encontrar e te levar, tive que prometer às bruxas um pouco de tempo a sós com você. Elas estão fascinadas com suas habilidades e querem fazer um ou dois experimentos."

Meu coração começou a bater de forma irregular e um arrepio frio percorreu minha espinha.

"O que eles vão fazer comigo?" perguntei, minha voz tremendo.

Samuel olhou para baixo e me deu um pequeno sorriso.

"Não se preocupe, linda", disse ele, levantando a mão e acariciando minha bochecha. "Vai doer, mas você ficará bem. Não vai te matar. Eu nunca deixaria que te matassem, minha companheira."

Eu me afastei dele e ele franziu a testa.

"Eu não sou sua companheira", disse, cerrando os punhos. "Nunca serei sua companheira. Nunca vou te amar. Nunca farei o que você quer que eu faça."

Samuel riu, jogando a cabeça para trás.

"Amor?" ele zombou de mim. "Eu não preciso que você me ame, linda. Eu preciso que você me dê seu poder e que carregue meus filhos. Mas depois que eu te marcar, com certeza você vai me amar."

"Eu nunca vou deixar você me marcar", disse, rangendo os dentes.

Samuel olhou para mim e sorriu calorosamente. Não combinava com ele. Ele era um monstro sem coração que me tirou da minha família. Ele não deveria estar sorrindo para mim assim. Estava errado.

"Você é valente", disse. "Eu gosto de você. Vou me divertir muito te marcando e ainda mais me acasalando com você."

Meu estômago revirou novamente. A lembrança dos dedos de Logan dentro de mim passou pela minha mente e eu queria chorar. E se eu nunca mais sentisse ele de novo? E se esse monstro tirasse algo que era apenas do Logan? E se eu nunca mais sentisse o Logan dentro de mim? Não apenas seus dedos. Ele. Eu queria ele dentro de mim. E se eu nunca mais pudesse sentir isso?

"Você é virgem?", Samuel perguntou, olhando para baixo para mim.

Eu não respondi, mas o rubor que se formou em minhas bochechas foi o suficiente para ele saber a resposta.

"Oh, maravilhoso!" ele exclamou feliz. "Você será minha e somente minha. Há algo tão excitante nisso. Vou me divertir muito com você, Emma."

"Você vai se divertir me estuprando?", perguntei, tentando arrancar minha mão da dele.

Ele olhou para mim com raiva e me puxou ainda mais para perto dele.

"Novamente, eu não sou um monstro, Emma", disse. "Eu nunca faria isso com você ou com qualquer outra mulher. Você vai me implorar para te foder, e eu farei isso com prazer."

Isso nunca aconteceria.

Eu o encarei com raiva e ele riu.

"Oh, minha linda companheirinha, vou me divertir muito com você", disse, colocando o braço sobre meus ombros. "Mal posso esperar até as bruxas terminarem com você."

Talvez eu morra durante os experimentos deles e ele não consiga me ter.

Ouvi um rugido alto ao longe e meu coração disparou.

Logan.

Olhei para trás, esperando ouvir o som das patas dele.

"A magia se dissipou", disse a bruxa, fazendo-me olhar para ela.

"Não importa", disse Samuel. "Estamos perto de casa de qualquer maneira."

Franzi a testa e olhei ao redor. Estávamos no meio da floresta, em terra de ninguém. Onde estava a casa dele e como diabos não conseguíamos encontrá-lo se ele estava tão perto o tempo todo?

Minhas perguntas foram respondidas quando entramos em uma caverna.

Sério? Uma caverna? De novo? O que havia com os renegados e cavernas?

Meu estômago revirou e o medo me dominou. Lembrei-me de Rolf, suas palavras e seus toques.

Samuel deve ter percebido o medo em meu rosto porque ele franziu a testa e me olhou de cima a baixo.

"Não gosta de cavernas?", perguntou. "Não se preocupe. É muito mais espaçoso lá embaixo."

Embaixo? Ele construiu algo embaixo da terra? Não é de admirar que não conseguíssemos encontrá-lo.

Olhei ao redor, mas não conseguia ver muito. Quanto mais andávamos, mais escuro ficava.

Quão grande era essa caverna?

Eu podia sentir a umidade no ar e isso me deixava enjoada. O rosto de Rolf passou diante dos meus olhos e tive que me conter para não gritar.

Samuel parou de repente de caminhar. Olhei ao redor, mas não consegui ver nada.

Ouvi algo pesado arrastando no chão e, de repente, havia um corredor de concreto na minha frente.

"Seja bem-vinda ao lar, Emma", disse Samuel, inclinando-se em minha direção.

Consegui sentir sua respiração ao lado do meu rosto e arrepiei-me.

Este não era o meu lar. Nunca seria o meu lar.