LUXÚRIA - trilogia romance Capítulo 120

Fui informada pelo Sr. Jae que seu irmão caçula estava vindo para Nova York e que vai residir em sua casa por um tempo, o mesmo também me alertou que era para deixar o quarto de hóspede bem limpo e arejado, pois seu irmão é exigente com a limpeza e odeia barulhos.

Como a casa vive vazia eu sempre mantenho tudo limpo. Assim que ele saiu fiz a troca das roupas de cama e dei uma geral em todo o lugar, as janelas ficaram abertas o dia inteiro.

A namorada dele que é cadeirante não me deu nenhum trabalho e com isso me dediquei a limpeza extrema deixando tudo pronto para o menino. — Esses adolescentes são chatos! Sei por causa da Angélica.

No fim da tarde fechei as janelas, procurei pela senhorita Jessie que nem comeu a comida que deixei no quarto, fiquei com pena dela dormindo dentro da banheira. Liguei para o Sr Jae e informei do seu estado e o mesmo me disse que já estava vindo para casa e que iria cuidar muito bem dela.

Sai depois do meu horário por causa da faxina e resolvi deixar o jantar deles pronto, tomei um banho e fui para casa.

No trem minha cabeça ficou martelando com a hipótese de ser um fedelho abusado igual a minha filha.

— Tomara que não seja um adolescente zombador, pois odeio esse tipo de coisa. — murmurei vendo a cidade passando rápido pela grande janela do trem.

Respirei fundo e pensei em tudo que vivi até chegar aqui. Desses 23 anos de casamento, os cinco primeiros foram os melhores. Depois que engravidei do meu ex marido tudo começou a mudar... nem tudo era perfeito, porque ele sempre foi ciumento.

Depois da gravidez passei a ouvir pequenas piadas e com o decorrer dos anos acabaram virando imensas ofensas. Teve dias em que ele me acordava para fazer sexo por estar estressado devido ter pedido alguma audiência, depois descontava o seu orgasmo precoce no meu corpo dizendo que tinha que gozar rápido porque não havia intenção nenhuma de prolongar a foda, porue eu está gorda demais!

Se já me bateu? Apenas uma vez e nesse mesmo dia puxei a faca para ele dizendo que se tocasse em mim mais uma vezinha sequer o mataria. Se tenho essa coragem? É claro que não, mas só bastou apenas uma única ameaça para que nunca mais levantasse a mão para mim, mas as ofensas não pararam.

A casa em que moro hoje era dos meus pais, como é bem antiga tivemos que fazer diversas reformas até que a mesma se enquadrasse no padrão do lar que meu ex marido exigia, lembro-me que nos jantares e almoços que dávamos para os amigos dele, o mesmo sempre me tratava bem.

Para Armando o que prevalecia sempre eram as aparências. Todas as vezes era sempre a mesma coisa, tinha que me vestir da esposa feliz e amada para que seus amigos não suspeitasse do inferno em que vivíamos e por isso se arrastou longos 18 anos até que um dia não aguentei mais!

Se a metade do mundo soubesse o que vivi durante todos esses anos, tenho certeza que iriam me questionar do por que de ter aturado tudo isso. Hm, sinceramente, não saberia responder, pois minha filha também não me respeitava e gostava de fazer intrigas jogando lenha na fogueira para manter a chama da humilhação sempre acesa!

O mundo me julgaria por ter aturado esse inferno, mas se eu morresse agora partiria dessa vida com a sensação de que fiz o meu melhor para ser uma boa mãe, se ela não aproveitou o problema não é meu.

Sai dos meus devaneios pois tinha que descer na próxima parada, comprei algumas frutas e segui para casa.

— Lar doce lar! — falei com uma grande alegria de ter chegado bem — obrigada Deus por mais um dia.

Minha rotina se repete novamente. Tranquei a casa, tomei um banho e por causa da faxina fiquei com preguiça e acabei nem jantando, comi uma salada de frutas, bebi um grande copo de suco natural de laranja, após minha higiene bucal estar em dia me joguei na cama e apaguei.

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...ᘛ 05:00 AM ᘛ...

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