Mais do que paquera romance Capítulo 268

- Sim, eu estava te testando. - Bia baixou as pálpebras. - Queria testar se seu sentimento por Ravi é firme ou não, e se você desistiria por causa de algumas opiniões alheias.

- Verdade? - Andreia estreitou os olhos, e seu rosto estava cheio de descrença.

Bia sorriu e disse:

- Claro. Desde que Ravi falou comigo da última vez, eu sabia que ele não me amou, apenas me considerando como sua irmã. Ou seja, de qualquer forma eu não poderia ficar com ele. Mas eu desejo que ele seja feliz, por isso te testei.

Ela falou com sinceridade.

Andreia não sabia se ela era sincera ou falsa, então não falou nada.

Bia deitou-se na cama do hospital e disse:

- Srta. Andreia. Não vai falar mais nada? Está com minha raiva porque eu acabei de testar você?

- Não. - Andreia contraiu o canto da boca e disse com um sorriso falso.

Bia suspirou atordoada:

- Eu sei, você deveria estar com raiva. Afinal, ninguém gosta desse tipo de teste, e eu não queria fazer isso também. Mas, pelo bem de Ravi, tive que me sacrificar. Espero que você não se importe, e a última vez também foi um teste para você.

- A última vez? - Andreia disse.

Bia acenou e disse:

- Sim. Eu perdi a paciência com você por que você ficou com Ravi da última vez na ala. Sinto muito. Pode me perdoar?

Andreia esfregou as têmporas doloridas:

- Srta. Bia, você não precisa se desculpar, eu já tinha esquecido.

- Então, você me perdoou? - Os olhos de Bia estavam brilhantes e ela parecia muito feliz.

Andreia moveu os lábios e concordou.

- Obrigada Srta. Andreia. Você é uma pessoa de mente aberta, então eu vou desligar primeiro, você e Ravi devem ser bons, desejo a vocês muitas felicidades, tchau! - Depois de falar, Bia desligou a chamada.

Andreia tirou o celular da orelha e o jogou na cabeceira da cama com um sorriso de escárnio.

Teste? Ela acreditaria nas suas palavras se fosse estúpida!

Mas não se importava com as intenções de Bia, ela não iria separar dele, a menos que Raviel tomasse a iniciativa de terminar a relação.

Pensando nisso, Andreia bocejou, encolheu-se, puxou o cobertor, sentiu o cheiro da fragrância de menta que permanecia lá, fechou os olhos e adormeceu.

Quando ela acordou de novo, já era noite.

Andreia abriu os olhos e viu um pequeno abajur na cabeceira da cama. A luz do pequeno abajur era fraca e não ofuscante, então ela não sentiu nenhum desconforto nos olhos.

- Está acordada? - Andreia apenas se levantou e se sentou na cama, e ouviu uma voz baixa de homem ao lado dela.

Ela ergueu cabeça e viu Raviel sentado no sofá em frente à cama, sacudindo uma taça de vinho tinto.

- Quando você voltou? Ficava nesse tempo todo no quarto? - Andreia ajeitou o cabelo e perguntou.

Raviel largou o vinho tinto, levantou-se e se aproximou:

- Já faz um bom tempo desde que voltei. Ouvi Cláudia dizer que você ainda estava dormindo, então vim dar uma olhada.

- Há quanto tempo eu durmo? Que horas são? - Andreia balançou a cabeça.

Sua cabeça não estava fraca no momento, mas ainda não tinha energia, afinal, ela tinha acabado de acordar.

Raviel lhe deu as roupas e olhou para o relógio:

- São oito horas da noite.

- Tão tarde? - Andreia exclamou.

Ela dormiu por muito tempo.

Não é à toa que esteja escuro lá fora.

Raviel se agachou, segurou os pés dela com uma das mãos e com a outra pegou os chinelos de pelúcia no chão, e queria colocá-los nela.

Quando viu isso, Andreia ficou corada de repente e ela encolheu os pés por que não estava acostumada com isso, então ela tentou retrair os pés e disse:

- Eu mesma faço isso. - Ela disse baixinho.

Raviel segurou seu tornozelo e não o soltou, dizendo:

- Relaxa. Você pode colocar suas roupas agora. Não está com fome?

Andreia tocou seu estômago e disse:

- Estou com muita fome.

- Tudo bem. Assim vai ser mais rápido. - Depois que falou, Raviel calçou um chinelo nela.

Já colocou um, então era mais fácil colocar o outro nela.

Andreia tinha que deixá-lo fazer isso.

Além disso, já que Raviel tinha disposição a se agachar e abaixar a cabeça para calçar os sapatos por ela, isso mostrava o quanto ele se preocupava com ela.

Apenas Giovana fez beicinho um pouco infeliz. Ela sabia que seu irmão estava dizendo que ela era estúpida!

Daniel não sabia que Giovana já estava zangada com ele, que ainda cruzou os dois braços curtos de uma forma séria, dizendo:

- Claro. Eu sou um gênio. A imagem de um gênio é assim.

- Tá bem, nosso pequeno gênio, vamos comer. - Andreia o interrompeu com um sorriso e levou ele para a sala de jantar.

Raviel também pegou a mão de Giovana e os seguiu.

Vendo esta cena, Cláudia sentiu que eles quatro eram como uma família carinhosa.

Muitas vezes, Cláudia não conseguia deixar de pensar, se Daniel e Vanna fossem realmente os filhos biológicos de Raviel, seria muito bom. Mas ela achava que não era possível.

Depois do jantar, Raviel foi para o quarto do escritório para tratar o trabalho.

Andreia levou as duas crianças de volta ao quarto e deu banho nelas.

Depois de dar banho pelas duas crianças e colocá-las na cama para dormir, seu celular tocou.

Andreia saiu do quarto das duas crianças antes de tirar o celular do bolso e percebeu que era Virgínia.

Ela apertou o botão de atender e respondeu de repente:

- Mãe.

- Andy, aconteceu algo na Areia Preta? - Virgínia perguntou com tensão.

Andreia inclinou a cabeça em confusão, respondendo:

- Não, o que foi?

- Fagner de repente me contatou nesta tarde. Ele me pediu para mandar Luiz de voltar para a Areia Preta. Se eu não concordasse, ele me processaria por que eu não permiti que Luiz cuidasse dele. - Virgínia apertou o celular com uma expressão de raiva.

Andreia franziu as sobrancelhas com força ao ouvir o que ela tinha dito:

- É muito descarado ele!

- Pois é. Por isso eu perguntei a você se algo aconteceu aí. Por que ele insistiu que Luiz voltasse para Areia Preta? Ele parecia estar muito ansioso.

Andreia abriu a porta do quarto de Raviel e entrou enquanto disse com raiva:

- Ele tem que ficar ansioso mesmo, pois agora ele tem apenas dois filhos, eu e Luiz.

- O que quer dizer? - Virgínia ficou congelada por um tempo.