Mais do que paquera romance Capítulo 382

Ele então tirou a carta para fora e não se apressou em abri-la, mas, em vez disso, verificou o envelope por fora.

O envelope estava um pouco amarelado e a caligrafia era um pouco escura, de modo que ele podia ver que tinha sido realmente deixado há alguns anos.

Portanto, esta carta foi realmente deixada a ele por seu avô, mas ele nunca havia sido informado sobre ela.

Raviel abriu a carta apressadamente.

“Raviel,

Quando você ler esta carta, o avô não estará mais aqui. Não se surpreenda, o avô se suicidou de vontade própria, então não investigue a verdade sobre a morte do avô.

Raviel, a pessoa que o avô mais lamenta em sua vida são seus pais, mas o avô não tem escolha, portanto, por favor perdoe o egoísmo do avô. Seu tio mais velho e sua família são ladrões, mas afinal, eles são meus filhos, o avô não tem como vê-los acabar mal, então o avô só pode escolher fugir.”

- O que isso significa? - os olhos profundos de Raviel revelaram um pouco de confusão quando ele viu isto.

O que significava dizer que eram seus pais que seu avô mais lamentava?

Além disso, o que significava perdoar o avô por ser egoísta?

Raviel tinha os lábios apertados, apenas sentindo que o conteúdo desta carta era muito simples, como se estivesse escondendo um grande segredo, mas o velho tinha escrito muito vagamente, deixando-o completamente confuso quanto ao que era este segredo.

Mas não tinha jeito, Raviel continuou a ler a carta.

“Mas Raviel, o avô te ama muito. Eu sei muito bem que depois que eu me fosse, seu tio e sua família poderiam ter você como alvo na batalha pelas heranças da família D’Angelo, então eu deixei um testamento para você. Nesse testamento, tem provas dos crimes de seu tio e de sua família. Se vocês puderem viver em paz, o avô espera que você os deixe ir.

Mas se seu tio e sua família não quiserem viver em paz contigo, então encontre e use o testamento. Eu já estou morto e não verei o que acontecerá com seu tio e sua família. Você terá sorte como meu neto, tenho certeza. Não culpe o avô por encobrir os crimes de seu tio, o lugar onde está o testamento são seus pais.”

O lugar em que está escondido o testamento são seus pais?

Raviel agarrou o envelope em sua mão e a sua testa se enrugou.

Seus pais haviam morrido quase dez anos antes de seu avô, então como poderia o testamento estar com eles?

Portanto, isto deve ser um quebra-cabeças!

De repente, o toque do celular em seu bolso interrompeu seus pensamentos.

Raviel recolheu seus pensamentos e tirou o telefone, vendo que no identificador de chamadas era nome de Andreia, ele hesitou alguns segundos antes de atender:

- Alô.

Ao ouvir a voz do homem, Andreia deu um enorme suspiro de alívio.

Ótimo, ele atendeu.

Ela pensou que ele não atenderia.

Embora sua voz fosse fria e indiferente, o fato de ele ter atendido o telefone já deixava Andreia muito feliz, afinal de contas, ele nem mesmo havia retornado suas mensagens esta manhã.

Agora que ele atendeu o telefone, isso significava talvez que sua raiva havia diminuído um pouco?

- Raviel, você já saiu do trabalho? - perguntou Andreia.

Raviel grunhiu em resposta.

Andreia sorriu:

- Ótimo, então que tal eu e as crianças virmos buscar você e voltarmos juntos para casa?

Raviel apertou os lábios:

- Não é preciso, vocês podem voltar primeiro.

Ao ouvir isso, o sorriso no rosto de Andreia congelou por um momento, mas ela continuou:

- Mas você não já saiu do trabalho?

Ela originalmente pensava que o fato de ele ter atendido a chamada dela significava que sua raiva havia diminuído um pouco.

Mas agora que ele a havia rejeitado novamente, então parece que ela tinha pensado demais.

- Estou na velha mansão, volto sozinho mais tarde.

Depois de dizer isso, Raviel desligou, não dando a Andreia a chance de continuar a falar.

O coração de Andreia afundou quando ela olhou para a tela do celular que mostrava ligação encerrada.

- Mamãe, o papai não quer que vamos até lá buscá-lo? - quando Daniel viu Andreia parecendo desanimada, ele soube o resultado da chamada.

Andreia pousou seu celular e forçou um sorriso enquanto acariciava a cabeça dele e de Vanna:

- Tudo bem, papai nos disse para voltarmos primeiro.

- E o papai? Quando ele vai voltar? - Vanna perguntou piscando os olhos.

Andreia baixou as pálpebras para esconder a tristeza em seus olhos ao responder:

- Papai voltará em pouco tempo. Pronto, vocês dois fiquem quietos, mamãe está dirigindo.

Vanna acreditou em suas palavras e se sentou obedientemente.

Mas Daniel estava um pouco carrancudo, sem saber o que estava pensando.

De volta à mansão, eram quase sete horas.

Andreia abriu a porta do carro e as duas crianças saltaram para fora e correram em direção à Cláudia:

- Vovó Cláudia!

Andreia mordeu seu lábio inferior ao dizer:

- Que tal isso, você pode me dar uma condição. Desde que não seja demais, eu farei.

- Sério? Qualquer coisa? - algo brilhava nos olhos de Bia.

Andreia acenou com a cabeça:

- Qualquer coisa.

- Então, quero que você deixe Raviel e leve esses seus dois filhos para longe, de preferência para longe de Bela Costa, o que acha disso? Você é capaz? - o olhar de Bia a encarava fixamente.

As pupilas de Andreia dilataram levemente, como ela poderia ter imaginado que a condição proposta por Bia, era na verdade... Isso?

- Srta. Bia, você não acha que está indo longe demais? Como eu disse, você pode me dar condições, mas não vá longe demais, essa sua condição...

- Acho que não estou indo muito longe com esta condição. - Bia estendeu as mãos. – Srta. Andreia, você pode fazer isso, não pode? Para mim, só o que não é possível de se fazer é chamado de ir longe demais, e esta condição, não fará com que a Srta. Andreia se machuque ou coloque em risco a sua vida. É muito simples, não é? Como seria ir longe demais?

- Você...

- Você está claramente tornando as coisas difíceis para minha mamãe! - antes que Andreia pudesse terminar suas palavras, ela foi interrompida por Daniel.

Daniel apertou suas duas pequenas mãos em punhos e olhou para Bia com raiva.

Vanna fez o mesmo.

Bia cruzou os braços ao dizer:

- Srta. Andreia, seus dois filhos estão realmente mal-educados, eles interrompem quando os adultos estão falando.

Estas palavras enfureceram Andreia com sucesso.

Andreia olhou para Bia com uma cara gelada:

- Srta. Bia, é errado para meus dois filhos interromperem, mas isso não significa que eles não tenham uma educação familiar, eles estão apenas me defendendo como mãe, eu acho que eles são muito grandes e corajosos.

As duas crianças ficaram emocionadas ao ouvir isso:

- Mamãe...

- Meu bem, está tudo bem. - Andreia colocou sua mão sobre os ombros deles e os acariciou gentilmente.

Bia enganchou friamente os cantos de sua boca:

- Mas, na minha opinião, essas duas crianças bastardas claramente não têm a menor das maneiras.

- O que você disse sobre meus filhos? - rosto de Andreia escureceu e sua voz estava fria, sem a menor temperatura.