Matrimónio Secreto 100 Pontos: Duplo Doce romance Capítulo 58

Karina recostava-se languidamente num chaise longue, saboreando sua bebida, enquanto ao seu redor reinava uma atmosfera de festa e alvoroço, mas ela parecia estar noutro mundo.

A bebida forte deslizava pelos seus lábios escarlates, percorria o seu pescoço gracioso e esguio, até se perder entre os contornos sedutores de sua vestimenta...

A cena era de uma beleza extrema, capturando a atenção inabalável dos homens presentes.

O cinegrafista, propositalmente, aproximou a câmera para um close-up.

"Salve, oh! terra da luz, da liberdade..." Karina murmurava versos num estado de embriaguez, enquanto cambaleante, levantava-se.

No instante seguinte, ela lançava sua taça ao chão com um estrondo, iniciando uma dança de passos desordenados, "Que há cem anos brilhas, — salve! salve!"

Seu corpo flexível como um ramo de salgueiro, curvava-se completamente, para então se erguer abruptamente, enquanto o véu translúcido dançava ao vento, seus olhares sedutores enredavam-se como seda.

"Pelas aras que armamos no passado, pelas glórias que coroam teu presente!" Ela prontamente agarrou uma garrafa de bebida sobre a mesa, esvaziando-a em um gole.

Aquele espetáculo deslumbrante, mais do que uma dança, assemelhava-se a um ritual de batalha, transformando-a instantaneamente de uma sedutora feiticeira para uma general em campanha, uma visão ainda mais estonteante do que antes.

A verdadeira identidade da Rainha Patrícia era a da General Júlia Cunha, cuja família Cunha havia lutado por gerações pelo país, mas apenas encontrou um trágico fim com todos seus membros executados, restando somente ela. Infiltrando-se no coração do poder, seu objetivo não era apenas vingar-se de seus inimigos, mas também derrubar este reino...

Não muito longe, o Rei permanecia alheio ao perigo, enfeitiçado pela beleza diante dele, segurando sua taça de vinho, imóvel, completamente hipnotizado.

Observando o olhar ardente e obsessivo que o Rei dirigia novamente a Karina, a Rainha Samara e as novas favoritas encheram-se de inveja.

"Levanta o peito altivo e soberano, pois há cem anos que és livre, oh Pátria amada... Pátria amada... Pátria amada..."

Ao proferir a última linha por três vezes, Karina o fez com uma progressão de sentimentos: inicialmente distante, depois melancólica, e por fim, com uma resolução inabalável.

Mal terminou de falar, ela se recostou sedutoramente nos braços do Rei, enfeitiçando seu coração, continuando resoluta em seu caminho de vingança...

Glória a encarou com desdém, "Impossível! Se ela tivesse entrado em contato com essas substâncias, teria começado a desenvolver pequenas manchas vermelhas em meia hora!" Ela já havia utilizado esse método para envergonhar Karina numa festa de aniversário.

"Então só pode ser que ela não tenha usado nenhum daqueles cosméticos..." a assistente sugeriu timidamente.

"Inútil! Você não poderia ter preparado um plano B, fazendo algo também com as roupas dela?"

"Eu não pensei nisso na hora. Glória, me desculpe, na próxima não vou falhar!"

Glória conteve sua fúria. Aquilo tinha sido apenas um contratempo. Afinal, haveria muitas outras oportunidades, e talvez nem fosse necessário ela agir, considerando o olhar que Beatriz lançava a Karina, como se quisesse devorá-la.

Ah, Karina, você acha mesmo que esse papel seria tão fácil de conseguir?

Eu farei questão de te ver cair de tão alto, que a queda será devastadora!