Cheguei à minha sala e me joguei na cadeira, irritada. Não acredito que o passado voltou. Só espero que ele não tenha reaparecido para me atormentar.
Ouvi batidas na porta e dei permissão para entrar.
— Oi, chefinha! Vai sair para comer ou quer que eu peça comida do seu restaurante preferido? — perguntou Camile.
Antes que eu pudesse responder, meu celular apitou e vi o nome de Richard piscando na tela.
"Oi, princesa! Ontem você saiu correndo do meu apê, quer almoçar comigo?"
Não sentia nenhum sentimento por Richard, mas estar com ele era divertido. Ele era bom no sexo, mas era só isso.
"Vou sim, me passa o endereço do restaurante que irei te encontrar."
Ele me passou o endereço, e então me virei para Camile, que ainda aguardava minha resposta.
— Ca, não se preocupe. Vou almoçar com um amigo.
— Ok, chefinha. Bom almoço para você.
Ela se retirou, e eu comecei a trabalhar para compensar o tempo perdido naquela reunião idiota. Meu telefone tocou, e Camile me avisou que o novo CEO gostaria de me ver em sua sala. Levantei-me e, enquanto caminhava, me preparava mentalmente para ver Enzo novamente.
Ao chegar à sala presidencial, sua secretária pediu que eu aguardasse um momento antes de me autorizar a entrar.
— Você queria falar comigo? — perguntei sem rodeios. — Se não for algo importante, por favor, me avise, para que eu volte ao trabalho. Tenho uma pilha de tarefas para resolver.
— Já que você é a diretora executiva, gostaria de conversar sobre o andamento da empresa — disse ele, fazendo um gesto para que eu me sentasse.
Expliquei como tudo estava funcionando e, depois que terminei, ele me agradeceu. Levantei-me para sair, mas Enzo me chamou.
— Analu!
— Senhorita Martinelli — retruquei.
— Senhorita Martinelli, gostaria que almoçasse comigo para continuarmos a conversa.
— Não, senhor Albuquerque, eu já tenho compromisso. Qualquer dúvida, por favor, me avise.
Ele me chamou mais uma vez, mas não olhei para trás. Apenas saí da sala.
No caminho de volta, encontrei meu amigo, que me encarou.
— Por que essa cara de quem chupou limão azedo?
— Já viu limão doce? — retruquei.
Murilo sorriu, cruzou os braços e me olhou com aquela expressão de quem já sabe que tem fofoca.
— Então, me conta… cara de azeda desse jeito, só pode ser coisa do novo chefão.
— E você acha que acertou, vidente de plantão?
— Acertei! — Ele riu. — O que o poderoso chefão fez? De onde se conhecem?
Suspirei e revirei os olhos.
— Nada de mais. Só me chamou para almoçar.
Murilo arregalou os olhos e levou a mão ao peito, fingindo choque.
— Meu Zeus! Um homem te chamou para almoçar? Isso é um escândalo! Precisamos avisar a imprensa!
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