Meu príncipe guardião foi exposto hoje? romance Capítulo 39

Eu respirei fundo, apoiada na cadeira.

Por causa da ligação do Adriel, e o nome do Jacinto, que meu colega de quarto mencionou, me fizeram lembrar de coisas que eu preferia esquecer. Era como um pesadelo voltando, uma sensação de larvas corroendo os ossos, deixando minha cabeça cheia de arrepios.

Ainda conseguia lembrar claramente de tudo o que diziam sobre mim:

—"Fotos nuas, sério?"

—"Como ela tem coragem de voltar?"

—"Que pena"

—"Eu posso doar dinheiro para ela diretamente?"

—"Ouvi dizer que os pais dela morreram, quebrados."

—"Ela tem um corpo incrível, né? Cheio de curvas."

Cada frase parecia uma faca, dificultando minha respiração.

Na minha vida passada, eu não só agradava Adriel, mas também era submissa aos amigos dele, achando que isso faria ele gostar mais de mim.

E ele gostava, sim, gostava de me humilhar. Fazia isso para se divertir, para mostrar o poder que tinha, e, claro, para impressionar a Dirce. Adriel parecia estar sempre feliz.

"Arlete, a pessoa que você acabou de mencionar... era o Jacinto Jacinto? Ele quer que você vá ajudar na arrecadação de fundos?"

O dormitório ficou em silêncio por alguns segundos.

Eu entendia, nos olhos delas, Jacinto era intocável: um Jacinto perfeito, educado, sempre com aquele jeito cavalheiresco.

Mas eles não sabiam, Jacinto era um hipócrita completo.

"Eu realmente não quero ir."

Cecília disse rapidamente:

"Eu entendo, eu posso entender!"

Não falei mais nada, apenas subi silenciosamente as escadas para a minha cama no beliche.

Por quê, por que eles me tratam assim comigo?

Só porque Dirce, todos eles querem me destruir, mas eu não fiz nada a Dirce.

Segurava uma latinha de leite que ainda estava bebendo. Quando passei por Jacinto, tropecei levemente, apertei a lata, e o leite espirrou direto dl ele.

A expressão de Jacinto mudou imediatamente para um olhar muito desagradável.

Cecília, ao meu lado, também ofegou:

"Arlete, você tá bem? Seu leite..."

A voz de Cecília estava trêmula, quase nervosa.

Olhei para Cecília, tentando tranquilizá-la:

"Tudo bem, eu quase tropecei no degrau, vamos."

Jacinto não disse nada. Em público, o hipócrita Jacinto não faria nada contra mim, uma pessoa cega.