Meu príncipe guardião foi exposto hoje? romance Capítulo 60

Depois de entrar no campus, Jacinto soltou o meu pulso de repente, e sem tempo de reação, acabei colidindo com uma garota que vinha em minha direção, caindo no chão.

Sem pressa de me levantar, peguei o celular, ativei o recurso de acessibilidade para deficientes visuais e gravei uma mensagem de voz para Cecília, minha colega de quarto.

"Pode vir ao portão da universidade me buscar? Perdi minha bengala."

Depois de falar, continuei sentada no chão, sem intenção de me levantar.

A garota que havia esbarrado em mim retirou seu olhar surpreso de Jacinto e veio me ajudar apressadamente.

"Desculpa, desculpa mesmo! Tá bem?"

Com a ajuda dela, consegui me colocar de pé e respondi:

"Estou bem."

Ela se sentiu muito culpada:

"Desculpe, eu não sabia que você não podia ver, não percebi. Me desculpe."

Foi Jacinto quem falou primeiro:

"Que tal participar de um evento que vamos organizar no sábado à tarde? É uma arrecadação de fundos para ajudar pessoas com deficiência, como ela. Se puder, avise seus amigos também."

Jacinto parecia extremamente gentil, e a garota concordou meio atordoada.

As pessoas ao redor também ouviram a conversa, e logo começaram a murmurar entre si. Eu sentia os olhares de piedade e curiosidade sobre mim.

Estar ali, no portão da universidade sendo o foco por todos que passavam, só fazia meu sarcasmo interno aumentar.

Jacinto me lançou um olhar direto:

"Já que é para te ajudar, vai participar, né?"

Não disse nada, apenas dei uma risada fria.

Jacinto franziu a testa, prestes a dizer algo, quando a voz de Dirce ecoou ao longe:

"Adriel, os seguranças da Universidade de St. Mary já te conhecem, você vem aqui com frequência, hein? Veio ver a Arlete?"

"Ela é cega, se eu não vier ver, quem sabe o que pode acontecer," a voz fria de Adriel chegou aos meus ouvidos.

"Adriel, será que você pode ser um pouco menos grosseiro? Arlete pode isso, sabia? Falar assim machuca."

Adriel diminuiu o tom de voz, quase suave:

"Tá, se você não gosta, eu não falo mais assim."

"Eu só acho que a Arlete está um pouco solitária. Mas se ela achar incômodo, melhor não a forçar a ir, para não deixar chateada."

Adriel riu baixo, mas com um tom firme:

"Não se preocupe. Amanhã, ela vai, sim."

Passos se aproximando, e logo senti a mão de Adriel segurando meu braço. Ele abaixou a voz, quase sussurrando ao meu ouvido:

"Amanhã, vá de boa vontade ao evento, não deixe a Dirce triste. Se você for, aquele cão-guia é seu. Palavra minha."

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, acenei com a cabeça e então disse a Cecília:

"Vamos embora."

Mas não havíamos dado muitos passos quando ouvi a voz surpresa de Dirce:

"Arlete realmente concordou, Adriel, como você convenceu a Arlete? Nem Jacinto, que é do grêmio estudantil, conseguiu!"

Adriel deu uma risada de desprezo:

"Duzentos reais, e ela aceitou, ela sempre foi barata."