Meu príncipe guardião foi exposto hoje? romance Capítulo 83

Jacinto deu uma volta e pegou meu cachorro. Quando Dimo me viu, começou a abanar o rabo como louco, soltando uns gemidinhos como se estivesse reclamando do tempo que fiquei longe. Seus olhos úmidos não desgrudavam de mim.

Eu o abracei, acariciando sua cabeça.

Enquanto isso, percebi pelo retrovisor que Jacinto me observava. Fingi não perceber e falei:

"Por favor, pode me deixar perto da estação de metrô à frente, obrigada."

"Com o cachorro, vai ser conveniente pegar o metrô? Para onde você quer ir? Eu te levo, como por exemplo, para a Baía de Haiya."

A Baía de Haiya era onde ficava a mansão de Philipe., os pais de Jacinto também moravam lá.

Jacinto, de fato, lembrou que tinha me buscado na Baía de Haiya pela manhã.

"Não precisa, só até a estação de metrô."

"Ontem à noite, você ficou na casa de quem na Baía de Haiya? Se a pessoa tem tantos recursos, por que você ainda aceitaria fazer algo por meros cinco mil reais para mim? Ou seria apenas um romance passageiro? Ele não quer desenvolver algo sério com você? É uma pessoa casada?"

Eu franzi a testa. Por que estava tão curioso de repente? Ele parecia obcecado em obter uma resposta.

Ainda bem que ele não tinha visto que eu saí da mansão de Philipe, senão ele certamente teria contado isso para Adriel hoje.

Antes que eu pudesse responder, Jacinto mudou sua expressão. Franziu a testa, como se algo o incomodasse, e soltou um suspiro.

"Deixa pra lá, você não precisa dizer, eu também não quero saber. É a sua vida, suas escolhas, mesmo que seja um caminho sem volta. Claro, se for um caminho sem volta, a culpa é sua, afinal, cada uma paga pelos próprios erros."

Ignorei completamente seu tom repentino de sermão.

A ideia de pagar pelos próprios erros era ainda mais ridícula.

Eles miravam na minha família, em mim, apenas por ouvirem Dirce dizer que eu a empurrei para a rua quando éramos crianças, e então minha família a abandonou, enviando Dirce para um orfanato, fazendo-a sofrer muito.

Mas eu não me lembrava disso, e meus pais nunca fariam nada assim, não eram do tipo que abandonaria uma criança adotada.

Ele suspirou, visivelmente desgastado. Ao falar sobre dinheiro, ficou ainda mais abatido. Quem foi que quer passar um ou dois meses trabalhando sem remuneração?

Sem voluntários, o orfanato não tinha recursos suficientes para contratar professores, e ficou difícil cuidar das crianças.

Enquanto ele desabafava, escutei pacientemente, apenas concordando com a cabeça. Quando chegamos à entrada do prédio de ensino, ele parou e sorriu, meio sem jeito.

"Falei demais, né?"

"De forma alguma. Fico feliz em ouvir.."

Ao virar o corredor, vi dois pequenos, com cerca de sete ou oito anos, olhando em minha direção. Um deles tinha um ar inocente, fixando o olhar em mim, enquanto o outro, mancando ao caminhar, provavelmente sofria de alguma condição congênita.

A maioria das crianças do orfanato tinha algum tipo de problema de saúde, as que eram saudáveis, como a Dirce, eram facilmente adotadas.

Sorri para os dois pequenos e acenei, tentando transmitir um pouco de conforto.