Eduarda Amorim
Estou sentada na cadeira da varanda do meu quarto, com as portas da sacada abertas e um livro em minhas pernas. Desta vez é um livro de uma autora americana. Um romance que fala sobre segredos e traumas, que muda uma vida toda. Os meus traumas mudariam a minha vida, se Madame não tivesse aparecido nela.
Ao falar nela, hoje me ligou super preocupada, porque ficou sabendo do ocorrido pela tv. Disse que o meu sequestro foi anunciado em muitos telejornais.
Eu não quero ver, e espero que as pessoas esqueçam logo disso. Porque eu não quero ser conhecida, como a namorada do Arthur que foi sequestrada.
Fora que tenho medo de prejudicar o hospital com todo esse disse me disse, na imprensa. Arthur sempre foi reservado com a sua vida e sua família.
Falei com as meninas também... Elas estavam preocupadas.
Eu estou feliz! Muito feliz!
Ao sair do banheiro, minha sogra estava me esperando no meu quarto, ela começou a tentar conversar sobre o que Arthur falou na sua bebedeira, mas fiz sinal para ela, para mostrar as câmeras. E disse que ia pedir ao Arthur para ir na casa dela, naquela semana. Não queria que Arthur visse nós duas especulando sobre o que ele disse. Eu queria deixar ele à vontade para decidir o que fazer.
E eu só estava esperando que ele fizesse o certo, que era me procurar para nós entendermos. Sempre conversamos sobre tudo, isso não seria diferente.
Deito minha cabeça no encosto da cadeira, e deixei a brisa penetrar em meus poros. Final de tarde, o sol está gostoso! E está começando a seguido.
De repente sinto alguém mexendo em meus cabelos, olho para cima e vejo ele sorrindo.
Com o cabelo molhado, e muito cheiroso. Está com a cara inchada, parece ter acabado de acordar.
-Você está lendo ou curtindo a brisa da tarde?
Ele me diz ainda em pé, atrás da cadeira.
-Os dois. Como se sente?
-Com ressaca...
Ele solta meu cabelo, se vira indo para dentro do quarto. Ele nem precisa me chamar, pra eu saber que ele quer que eu entre. Será que é agora que teremos aquele papo?
Saio da cadeira, entro no quarto e fecho a sacada, pondo o livro em cima da mesa. Quando olho para ele novamente, ele está meio deitado na cama, com os pés para fora dela.
Me sento ao seu lado e faço o mesmo que ele.
-Queria te pedir desculpas...
Não faça isso... Não se desculpe, por ter me dito que me ama.
-Sobre o que?
-A bebedeira... Você me encontrou na piscina desacordado... Eu não sou capaz de fazer isso... Mas as coisas que aconteceram ontem, foram demais para mim...
Ufa! Que alívio!
-Meu senhor, não precisa me pedir desculpa. Eu só fiquei preocupado.
-Pois é... Eu não deveria ter te preocupado, depois de tudo que aconteceu com você ontem.
Ele me olha, e vejo seus olhos verdes claros, me analisando.
-Eu estou bem...
-Mas foi por pouco...
-Mas não devemos ficar pensando no que poderia ter atraído e sim, no que aconteceu. Eu também queria me desculpar, afinal eu só fui raptada porque insistir em ir num banheiro vazio. Eu deveria ter feito o que Ítalo queria que eu fizesse.
Ele pega a minha mão, levanta ela da cama e leva até seus lábios a beijando.
-Acho que você correria o risco de qualquer jeito... Também não é aconselhável ficar no meio da multidão. Só vamos esquecer isso e recomeçar ok? Acho que merecemos...
-Sim, meu Senhor!
-Queria conversar também sobre as coisas que eu falei quando estava bêbado.
-O senhor se lembra?
-Até uma hora atrás não me lembrava, mas agora as coisas estão bem nítidas. -Meu coração parece que vai soltar do peito. -Existe um motivo para que eu não tome porres.
Eu olho para ele e franzo a sobrancelha.
-E quais são os motivos, senhor?!
-Eu fico carente... Fico pedindo para as pessoas me amarem... Enfim, é bem constrangedor!
Eu engulo seco.
Então quer dizer que foi doideira mesmo da bebida?
Que na verdade ele não sente o que ele diz?
E eu pensando que ele ia dizer que sente sim... Que era tudo verdade.
Meu coração chega a ficar apertado dentro do meu peito, mais eu engulo o choro e digo:
-Tudo bem, meu senhor... A bebedeira nos faz criar histórias na cabeça. Eu nunca fiquei bêbada, maso escutava cada história no internato, que era até engraçado. -sorrio para disfarçar meu desapontamento. -Tinha até uma menina que gosta de dançar pelada nos corredores do internato. Eu pensei: "Nossa que doida, deve..."
Ele me tasca um beijo na boca me calando. Segura minha cintura, e aprofunda o beijo.
Aquele hálito de massa de dente, misturado com o seu gosto, desperta meu corpo na hora...
Ele para de me beijar e me olha suspirando.
-Você sabia que quando fica nervosa, dana a falar ou começa a se movimentar igual a uma boneca, que a gente deu corda?
-Eu não estou nervosa...
-Está sim... Nervosa, porque acha que tudo que disse é mentira... Não é Duda... Eu te amo! Eu não sei como isso aconteceu, mas você entrou aqui dentro, como uma erva daninha e ficou...me desculpe se eu não te falei antes sobre meus sentimentos, mais é que eu demorei pra entender que isso era amor. Só ontem, quando eu vi a ponto de te perder é que fui perceber o quanto você era importante para mim... Eu não sei como vai ser, nosso relacionamento junto com o Bdsm, mas eu estou disposto a descobrir se quiser.
Eu olho para ele, e não acredito no que estou ouvindo...
É muito bom pra ser verdade.
É todos os meus sonhos, sendo realizados de uma só vez.
Dona Eleonora sempre teve razão... E eu duvidando... Achando que era delírio de uma mãe que queria muito que seu filho achasse seu caminho. Mas não era...
Ele realmente gosta de mim...
Eu começo a chorar, e ele limpa minhas lágrimas com os dedos beijando todo meu rosto.
-Topa encerramos o contrato e começamos uma relação. Eu e você? Claro que ainda teremos o Bdsm nos regendo, pois isso faz parte de nós, mas eu acredito que podemos construir uma relação junto com os jogos.
Eu confirmo com a cabeça, não estava pensando em falar e no abraço, tentando demonstrar todo esse amor que sinto.
-Você tem permissão para falar Duda... -ele diz no meu ouvido.
-Eu sei... Mas não consigo... Espera um pouco...
Ele confirma, me abraçando com mais força.
Como eu queria ouvir tudo isso!
Como eu sonhei ouvir tudo isso!
Quando começar a me acalmar, falo em seu ouvido.
- Há um tempo atrás o senhor ficou bravo porque eu liguei a batedeira, quando falei de você para Açucena.
Ele lamenta e diz:
-Lembro, você vai me dizer agora o que disse a Açucena?
-Sim. Eu disse a ela que estava apaixonada, mas não queria que você soubesse, porque eu queria curtir até o último momento desta relação. E que por acaso se o senhor soubesse, poderia querer encerrar o contrato.
Ele se afasta um pouco, limpa minhas lágrimas e diz:


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Senhor
LIVROMUITO BOM, BEM ESCRITO, ROTEIRO MUITO ENVOLVENTE, PARABENS, MAL POSSO ESPERAR PELA HISTÓRIA DE PAULO E SABRINA, APESAR DE ARTHUR SER O PROTAGONISTA DESTE PRIMEIRO LIVRO, MEU CRUSH FOI PAULO, ACHEI ELE UM FOFO....