Víctor estava meio deitado na espreguiçadeira, deu um gole na bebida, e com os olhos semicerrados, observava Naiara falando ao celular.
Ninguém se atrevia a falar assim com seu avô, Naiara era a primeira.
Ela fazia de propósito, usando sua arrogância para provocar o Velho Sr. Moura.
Ela era mais corajosa do que imaginava.
Corajosa como quem não tinham nada a perder.
O Velho Senhor, afinal, não era alguém fácil de lidar. Ele deu uma risada forçada e disse friamente: “Naiara, não esqueça que ainda tem familiares no hospital.”
Naiara sabia que o Velho Sr. Moura tinha acertado seu ponto fraco, então suspirou levemente e disse: “O Velho Sr. Moura não faria isso, todos esses anos fazendo votos e acumulando boas ações, e até os santos estão de olho.”
Víctor quase soltou uma risada.
Seu avô ameaçava Naiara com a família dela, e ela usava os santos para ameaçar o avô.
Naiara realmente havia acertado em cheio.
Nos anos anteriores, o Velho Sr. Moura, ao fazer negócios, inevitavelmente se envolveu em coisas não tão éticas ou legais. Com a idade, veio o sentimento de culpa, e recentemente, com a saúde debilitada, começou a fazer votos e orações. Talvez por efeito psicológico ou não, sua saúde melhorou significativamente.
O Velho Sr. Moura realmente foi acertado seu ponto fraco por Naiara. Ele hesitou e então começou a rir alto.
“Se o Sérgio tivesse sua inteligência, não estaria tão encantado por você. Diga-me, além do Sérgio, o que mais você quer, eu dou. É uma pessoa inteligente. Homens no final não são confiáveis. Melhor ter algo concreto nas mãos.”
“Velho Sr. Moura, como já disse, a decisão não está comigo. Basta convencer o Sr. Sérgio, eu vou embora sem pegar um centavo.”
O Velho Sr. Moura falhou na negociação, e desligou o celular.
Naiara o colocou de lado e foi pegar o maço de cigarros, mas Víctor segurou sua mão e lhe ofereceu um copo de bebida.
“Mulheres que fumam demais envelhecem rápido.”
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