Logo após o término da aula da tarde, enquanto algumas pessoas se preparam para retornar ao prédio de escritórios do Grupo Gonçalves, o telefone de Camila toca.
É Rui.
Tremendo, ela logo atende ao telefone: "Rui, como foi?"
Rui veio pela manhã para pegar o laudo de avaliação dela e da Dona Luísa. Então agora o laudo vai ser comparado com as informações de DNA que constam do sistema hospitalar?
De tão agitada que está, os seus dedos tremem ao segurar o telefone, e sua respiração está descompassada.
"Mila..."Aida tenta falar, mas é puxada de volta por Gil.
"Não a distraia. É coisa séria."
Gil para e pensa um pouco, e então olha para João: "Alexandre está fora hoje. Leve-os até o Grupo Gonçalves. Eu e Camila vamos dar uma saída."
"Você vai também?"Aida não está muito satisfeita. Por que Gil sabe do que houve com Camila, mas ela não?
"Vamos resolver uma coisinha." Gil a empurra de leve, "Ande. Mais tarde vamos voltar."
Sem ter o que fazer, sabendo que eles tinham mesmo algo sério para resolver, Aida não insiste.
Após os demais saírem, Gil apressa o passo em direção a Camila.
Ela desliga o telefone e olha para ele: "Vou encontrar Rui."
"Eu sei. Dirigi até aqui para isso. Vamos."
Cada um deles recebeu um carro novo da empresa para facilitar o deslocamento.
"Tudo bem. Está no Café Pinheiros."
O Café Pinheiros não fica muito longe da escola. De carro, chegam em poucos minutos.
Assim que adentre o café, um lampejo invade a mente de Camila.
Quando foi a última vez que ela veio aqui? Parece que foi por Vicky a chamar para sair.
A Vicky daquela época já era meio esquisita. Não havia nada de mais que ela a convidasse para sair, mas Camila se lembra claramente de ter se sentido um tanto estranha à época.
Parece que ela tinha algum propósito em mente. Mas o que seria?
Quando foi isso? Se ela forjou a própria identidade?
Naquela época...
"Mila, por que você não espera aqui fora em vez de entrar?"
Bem na hora em que sente que vai se lembrar de alguma coisa, Camila é interrompida por Gil atrás dela.
As imagens que passaram por sua mente em flash se fragmentam com a interrupção, e ela não consegue mais se lembrar delas.
Ela sacode a cabeça e se vira para olhar Gil, "Tenho uma coisa para falar com Rui."
"Entendi. Vou tomar um café em outra mesa e esperar por você."
Tendo já avistado Rui, Gil caminha até uma mesa distante e chama o garçom para fazer um pedido.
Camila caminha em direção a Rui. Seus passos são indescritivelmente pesados, recheados das mais altas expectativas.
Sua mente está confusa, ansiosa, aflita, preocupada, nervosa, apreensiva e agitada.
Essa profusão de sentimentos mergulha todo o seu corpo em um desconforto.
Os vinte passos que separam a entrada da cafeteria até o local onde Rui está sentado, mas parecem levar um século para serem percorridos.
Após muita dificuldade, ela finalmente se senta à frente dele.
"Beba alguma coisa." Ele já havia pedido um café para ela.
Camila pega a xícara e vira metade de uma vez, sem atenção para aproveitar o gosto do café.
"E então, Rui? Tem o resultado?"
Ele nota que ela até manchou os cantos dos lábios de café e nem se preocupou em limpá-los.
Após tirar um guardanapo e levá-lo à frente dela, ele sussurra: "Limpe a boca, primeiro."
Ela segura o guardanapo com a palma e, apertando-o com força, limpa várias vezes os cantos dos lábios.
Rui percebe que ela está nervosa.
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