Mimada amada esposa pelo Lourenço romance Capítulo 305

"Não fizemos nada!" Mari quer fugir dali, mas Gil continua plantando à sua frente, bloqueando qualquer tentativa de fuga.

Em todas as vezes que ela tentava sair correndo, ele a deteve.

Camila dá um ultimato carregado de desprezo a ela: "Pode ir, então. Hoje à noite, o seu namorado vai saber o que aconteceu quando você tinha dezessete anos."

"Você por acaso tem provas?" Mari não está convencida.

"Já sabemos até onde a sua filha ilegítima está, você acha mesmo que eu não possa levantar essas provas?", resmunga Gil com frieza.

Mari está acabada. Ela encara Camila de olhos úmidos e arregalados.

"Por que você tem que ser tão cruel, me chantagear desse jeito? Vocês querem acabar comigo!"

"E por acaso você não se sentia cruel quando se juntou a Vicky para enganar a Dona Luísa?"

É tanta frieza no coração de Camila que às vezes nem mesma ela acredita.

"Mesmo que você não diga a verdade, eu tenho meios de tornar o resto de seus dias muito piores do que a morte."

"Camila! Sua víbora!"

"Você sabe muito bem quem é a verdadeira víbora."

Mari parece perder qualquer vestígio de ânimo.

Ainda que não queira admitir, ela é obrigada a admitir que, não fosse pelas coisas que ela fez, Como Camila teria meios de pressioná-la?

Gente rica não deixa nada barata.

Seja Camila, Vicky ou mesmo aquelas pessoas que ela nem conhece.

"Não posso dizer." Ela olha para Camila e, de um baque, cai de joelhos.

"Deixe-me ir, senhora. Eu não posso dizer, não posso mesmo!"

"Por que não pode? O que vocês fizeram, afinal de contas?"

"Não posso falar, realmente não posso."

Mari respira fundo e contínua soluçando: "Se eu disser, eles não vão soltar minha filha. Ela estará em perigo."

Camila sente um forte aperto na palma. Ela não imaginava que aquela pessoa ainda tivesse tamanha força.

Mari enxuga uma lágrima e se engasga ao soluçar: "Mesmo se eu disser a verdade agora, de que vai adiantar? Você já foi expulsa da Família Mu, o que mais pode fazer?"

"Desista, senhora. Até Sr. Lourenço está do lado de Vicky e não quer mais saber de você. Você não pode vencê-los."

As palavras de Mari não trazem um pingo de conforto. O que ela diz é a mais pura verdade.

Se um homem mudou de sentimento e já não confia mais em você, de que servirá a sua palavra?

Além de tudo, Mari sabe que há uma força ainda mais poderosa por trás de Vicky.

Face a tudo isso, o que Camila sozinha, ou mesmo com uma meia dúzia de amigos, poderia fazer?

Para ela, isso é tentar o impossível.

Mas Camila nunca foi a pessoa de desistir tão facilmente.

"Não é da sua conta se eu tenho condições de vencê-los. Você só precisa me dizer o que aconteceu naquele dia."

"Se eu te disser, você pode me ajudar a manter esta nossa conversa em segredo?"

Mari se levanta e a encara: "Tudo o que eu posso fazer é que te conto. Não posso ir à família Mu testemunhar ao seu favor."

"A vida da minha filha sempre está nas mãos dessas pessoas. Por mais que você me pressione, eu não irei até lá. Espero que entenda."

"Tudo bem. Enquanto eu não puder garantir a segurança da sua filha, não vou forçá-la a testemunhar."

Mas agora é hora de ela contar o que aconteceu naquele dia.

"Prometa primeiro..."

"Já prometi que nunca contaria essa história ao seu namorado."

Ouvindo as palavras de Camila, Mari suspira aliviada.

Ela ainda hesita por alguns segundos, mas acaba contando.

"Naquele dia, Vicky ia me pedir para empurrar a Dona Luísa até o quintal e fazê-la ouvir a conversa da mãe de Vicky com outra pessoa ao telefone, como que por descuido."

"Felipa Ye?" Essa mulher não havia sido enxotada por Tiago? Quando foi que ela voltou?

"Então, minha tarefa era levar Dona Luísa para aquele lugar e deixá-la 'flagrar' a conversa."

"De que se tratava a conversa?" Já que a avó "flagrasse" a conversa, quem a estava empurrando também devia tê-la ouvido.

Mari faz um grande esforço para se lembrar, e então diz: "No geral, era para agradecer àquela pessoa pela grande ajuda que deu ao dizer que você é a filha biológica dela. Ela resistiu por muitos anos afirmando aos outros que Vicky era a filha biológica dela, para você chegar em um belo dia e surrupiar a identidade de Vicky."

Mari não se lembra mais do diálogo concreto. Só consegue ter uma ideia aproximada.

"De qualquer forma, a questão toda é que você e Vicky trocaram de identidade. A outra pessoa realmente sabia, mas nada disse à Dona Luísa, deixando-a completamente equivocada."

Na verdade, Mari não sabe de muita coisa, mas tem dedo dela nessa história.

Com relação à identidade pela qual Vicky estaria lutando, Mari não tinha muita noção da realidade.

De qualquer forma, Vicky deu dinheiro a ela para monitorar cada movimento da Dona Luísa.

Se ela não fizesse isso, ou desse com a língua nos dentes, a filha dela estaria em perigo.

No fim das contas, a expulsão de Camila foi um alívio para Mari.

Ela só não contava que um dia Camila ainda bateria á sua porta.

"É tudo o que eu sei. Vicky costumava pedir para eu relatar as ações da Dona Luísa, tintim por tintim."

"Mas tudo o que a Dona Luísa fazia era sair de vez em quando para passear e ficar a maior parte do tempo descansando. Não há muito a se relatar."

Após dizer o que tinha que ser dito, Mari encara Camila, com um pouco relutante, mas também impotente.

"Camila, lembre-se do que você me prometeu. Posso ir agora?"

Ela faz menção de ir embora, mas Gil imediatamente estende a mão para detê-la.

Camila balança a cabeça: "Deixe-a ir. Ela não está disposta a testemunhar. De que adianta segurá-la?"

Afinal, há uma menina inocente implicada no caso.

Não é hora agora para se enredar ainda mais nessa trama. Pelo menos ela já sabe o que aconteceu.

Ainda que relutando, Gil conseguiu encontrar essa mulher e fazê-la admitir o que tinha feito.

Se ela pudesse testemunhar diante de Lourenço, pelo menos ele poderia dar a Camila um pouco mais de confiança.

Ele não consegue acreditar que Lourenço esteja mesmo do lado de Vicky e não confia mais em Camila.

"Deixe-a ir embora." Camila vira as costas e caminha em direção à outra ponta do beco.

Gil não tem escolha a não ser soltar Mari para acompanhá-la.

"Mila, você não quer mesmo que ela vá testemunhar diante do Lourenço?"

É uma oportunidade difícil de encontrar.

Como Mari já havia começado a abrir o bico, para fazê-la testemunhar só seria preciso um pouco mais de pressão.

Basta insistir um pouco mais, e talvez ela concorde.

"Não ouviu o que ela disse? Essas pessoas ameaçaram a filha dela."

Se o que estivesse em jogo fosse apenas o namorado, Mari poderia até estar disposta a testemunhar.

Mas, em se tratando da própria filha, Camila entende muito bem que alguém no papel de mãe jamais concordaria.

Mesmo que perca o namorado, Mari não vai arriscar a vida da própria filha. De que adianta forçá-la?

Além do mais, Camila não ousaria correr esse risco enquanto não pudesse garantir a segurança da filha de Mari.

Se essas pessoas por trás de Vicky chegaram a ponto de machucar a Dona Luísa, dá para imaginar como seus métodos são brutais.

Eles não vão amolecer nem mesmo para uma criança.

"Vamos embora." Ela tenta afastar a decepção dizendo a si mesma que, pelo menos, já sabe a verdade.

Gil suspira e diz com impotente: "Bem, agora nós realmente não temos mais nenhuma outra..."

Antes que ele termine de falar, um grande estrondo ressoa do beco de trás...

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