Grávida.
Camila quase desaba ao ver o resultado.
Carletti segura o laudo com sentimentos mistos.
Está explicado porque o médico agora há pouco lhes lançou aquele olhar tão estranho e falou para irem ao departamento de ginecologia e obstetrícia.
Quer dizer então que a moça estava vomitando porque estava grávida! O que disseram na TV acabou se revelando verdade.
E ele achou que ela só tinha o estômago ruim.
Camila não sabe que atitude adotar frente a tudo isso.
Ela está mesmo grávida. E agora, o que fazer?
O jeito é virar as costas e sair do hospital.
Carletti vai atrás, puxando-a com cuidado: "Não corra. Você agora...precisa ter muito cuidado."
"Estou ótima." Ela apenas não queria ficar ali, feito boba, nem mais um minuto.
"Mila..."Carletti hesita um pouco. Quer perguntar, mas não acha a coragem.
Camila não está em seu melhor humor. Parece que a gravidez não é bem o que ela deseja.
O pai da criança...
"É Lourenço." Ela sabe que, ainda que não dissesse nada, Carletti enviaria alguém para investigar a história.
Já que é para sofrer mesmo, então que sofra de uma vez.
Camila solta o pulso dele, anda até a escada e se senta no chão gélido.
"O chão está frio. Melhor não se sentar, ou vai pegar friagem."
Mas ela não dá ouvidos.
Carletti se apoia em seus ombros: "Mila, é melhor deixarmos para conversar no carro, não acha?"
Ela se sente um pouco desanimada. Por fim, dá o braço a ele e os dois vão até o carro no estacionamento.
"Afinal, o que Lourenço representa para você?" Ele sabe muito bem que Lourenço esteve na casa dela ontem, e que ainda está com Vicky.
"Ele está apenas se divertindo com você?"
Por mais dolorosas que sejam essas palavras, ele sabe que, agora que Camila está grávida, é preciso esclarecer o assunto.
Ele não pode permitir que os homens prejudiquem a honra dela sem motivo!
"Eu não sei, eu...Não quero falar nisso. Não vou ficar com ele. Simples assim."
"E a criança?"Carletti não quer constrangê-la, mas não há como tratar do assunto sem ser desconfortável.
Lourenço está com Camila, mas continua envolvido com Vicky. Como deixar um homem como esse se aproximar dela?
"Será que você também não quer ter o filho?"
"Quero, sim!" Camila está bem agitada.
Ela protege o ventre com as duas mãos, como se alguém fosse machucá-lo.
"Quero ter a criança. Quero, sim."
Mas quem é ela para poder desejar essa criança?
Quanta pressão a criança, filho de mãe solteira, não terá que suportar no futuro?
Mas ela já havia perdido um filho, e seu anjinho finalmente estava disposto a voltar. Ela não poderia, de forma alguma, permitir que ele sumisse da sua vida.
"Não sei o que fazer, Carletti. Desculpe. Preciso de um tempo para me acalmar."
"Que diferença faz você se acalmar? O que você pode fazer?"
Esse tipo de situação não se resolve apenas dando um pouco de tempo.
"Você gosta de Lourenço?"Carletti a observa sério, como se ela não tivesse o menor direito de esconder nada.
Ela baixa os olhos.
Importa agora ela gostar dele ou não?
Ele não vai desejá-la mesmo.
Entre eles só existe uma primitiva relação consensual.
Ele já não havia deixado bem clara a sua atitude ontem à noite, não é?
É Vicky quem ele quer agora.
"Que tipo de mulher você acha que um homem como Lourenço escolheria para ter como companheira?"
Ela sorri, mas é um sorriso amargo de quem não tem escolha.
"Faz diferença eu gostar dele ou não?"
"E se você for a descendente da Família Gu?"
"Se Lourenço estiver disposto a ficar comigo apenas porque eu tenho essa identidade tão distinta, então o que devo esperar desses sentimentos?"
As palavras dela são irrefutáveis.
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