Minha Esposa Muda romance Capítulo 1793

Os dois pequenos nunca tinham visto isso antes. Pequeninho já tinha visto, mas provavelmente se esqueceu.

Eles olhavam para o céu, boquiabertos, admirando os fogos de artifício deslumbrantes.

Flavia estava preocupada que eles pudessem ficar assustados. Ela olhou para eles e percebeu que estava se preocupando à toa. Eles não estavam com medo, pelo contrário, pareciam extremamente felizes.

Pequeninho até abaixou a mão, apontando para os fogos de artifício à frente e dizendo algo a Carla, animadamente.

Flavia observava a expressão deles, com a luz dos fogos de artifício iluminando todos ao redor, criando um cenário de luz e sombra, enquanto a praia vibrava com gritos de alegria e animação.

Por um instante, Flavia ficou absorta, com uma sensação de irrealidade; tudo à sua frente parecia um sonho efêmero, prestes a se desfazer ao menor toque.

Era como se estivesse sonhando, ou como se estivesse a anos-luz de distância.

Ela pensou que seria maravilhoso se o tempo pudesse parar naquele momento, para nunca passar, para que, mesmo que fosse um sonho, ele nunca acabasse.

De repente, sentiu um toque quente na mão. Ela virou-se e viu o rosto de Thales, iluminado pelas luzes, que lhe conferiam um ar misterioso e distante.

"O que está pensando?"

Flavia balançou a cabeça. "Nada, só parece tão animado."

Thales apertou a mão dela um pouco mais.

Com um ambiente tão animado, Flavia deveria estar feliz, mas, por algum motivo, sentia uma vaga melancolia.

Talvez o Ano Novo para eles representasse a passagem do tempo, enquanto para as crianças, significava crescimento e felicidade.

Porque o mundo das crianças é completo, com familiares e amigos por perto, sem arrependimentos ou perdas, só alegria e despreocupação.

Para os adultos, cada ano é uma despedida; quanto mais velhos ficam, mais pessoas desaparecem de suas vidas, até que restam apenas eles próprios.

Os fogos de artifício duraram uma hora inteira, e a imensa praia ficou envolta em fumaça, quase sufocante.

Aureliano tirou um monte de envelopes vermelhos do bolso, entregando um primeiro para os dois pequenos, e depois se aproximou de Flavia, dando-lhe um também.

"Aqui, para vocês."

Flavia ficou um pouco surpresa, levantou a mão para pegar o envelope e sorriu, dizendo: "Obrigada, Pablo."

"Por que agradecer? Sou um dos seus, não é isso que se espera?"

Thales também pegou o seu e agradeceu, mas logo o abriu na frente de Aureliano, encontrando cem reais dentro.