Minha Morte！Sua Loucura！ romance Capítulo 235

Diante das evidências que tínhamos, ficou claro que Lana havia deliberadamente me copiado, e também era fato que ela tentou se casar com o Fábio imitando-me.

Mas, por que ela se daria ao trabalho de fazer tudo isso e, no dia do casamento, decidir tomar uma overdose de medicamentos?

Robson não pareceu tão surpreso quanto eu imaginava. Será que ele já suspeitava que Lana poderia cometer suicídio?

"Lana, estou indo para o trabalho, se precisar de alguma coisa, me liga." - Vi aquela figura conhecida subindo as escadas e acenei em concordância.

"Você não está surpreso? Por que Lana tomou tantos remédios?" - perguntei, quase em um sussurro.

Robson desviou o olhar e apertou minha mão com mais firmeza: "Quem, em seu juízo perfeito, gostaria de se casar com alguém como eu?"

Fiquei pasma por um momento, quase deixando a pergunta escapar.

Antes de eu retomar a vida... Robson era apenas um mendigo sujo e louco. Realmente, nenhuma garota desejaria se casar com alguém nessa situação, não é?

"Mas ela..." - O que eu não conseguia entender era, se Lana tinha se esforçado tanto para me imitar, não era para se aproximar do Fábio?

Após levar Robson de volta ao seu quarto no hospital, disse que ia comprar algo para jantar, mas na verdade, fui ao segundo andar para encontrar aquela pessoa conhecida.

Ela estava justamente na recepção da enfermaria e parecia surpresa ao me ver: "Lana, você ainda não foi para casa?"

"É que... naquele dia, os remédios que eu peguei... eu acabei tomando..." - confessei, em voz baixa.

A enfermeira empalideceu de medo: "Você... você não vai dizer que eu te ajudei a pegá-los, vai? Eles foram prescritos porque sua avó tem problemas cardíacos, por favor, não me envolva nisso."

Eu fiz um gesto de negação com a mão: "Não é isso, é que acordei naquele dia e esqueci muitas coisas. Você sabe por que eu teria feito algo assim?"

Ela hesitou por um momento, depois sussurrou: "Lana, você perdeu a memória?"

Assenti.

"Você falou que sua avó te obrigava a fazer coisas que você não queria, que seus pais biológicos te pressionavam a casar com alguém indesejado, que todos te ameaçavam... você não entrou em detalhes."

Fiquei chocada por um instante e então assenti novamente: "Obrigada."

Mas eu precisava descobrir quem a havia forçado a me imitar, qual era a situação com aqueles meninos de rua, como ela conhecia o Ciro e se tinha algo a ver com o assassino.

"Olha só, se não é minha irmã que casou com a alta sociedade!" Noemi chegou bem na hora em que eu estava saindo.

Ela entrou com seus saltos altos, mais bronzeada do que nunca, e falou com arrogância: "Até agora você e aquele idiota do Fábio mal conseguiram se estabelecer na empresa, só de mencionar o nome daquele bobo eu já sou prejudicada! Você é tão inútil."

"Noemi ficou exausta com tudo isso nos últimos tempos." A mãe de Lana e Noemi tinham ido fazer compras juntas, a babá carregava muitas sacolas de luxo, aparentemente como compensação para Noemi.

Uma mãe sem afeição pela filha biológica, mas com sentimentos tão fortes pela filha adotiva, era uma ironia e tanto.

A mulher passou por mim como se Lana fosse invisível.

Respirei fundo, temendo uma queda de açúcar no sangue devido à emoção, e antecipadamente retirei da bolsa alguns chicletes, comecei a mastigá-los e fui para o armazém.

No meio de um monte de entulho, encontrei o diário de Lana.

Em um dia nublado, minha avó pediu que eu levasse coxinhas para o meu tiozinho. Tive medo, pois o tiozinho aproveitava momentos a sós para me forçar a tirar a roupa. Eu fugi, contei para a avó, mas ela disse que eu não deveria contar isso a ninguém, pois senão, uma menina perderia seu valor no futuro.