Minha Morte！Sua Loucura！ romance Capítulo 319

Ao investigar o desaparecimento de adolescentes, a polícia se deparou com uma coincidência intrigante: vários dos jovens desaparecidos haviam saído de casa por vontade própria, dirigindo-se a locais desprotegidos, e depois sumiram sem deixar vestígios.

"As câmeras de segurança registraram alguns deles com um olhar vazio, claramente sob a influência de alguma substância" - disse Jorge, mostrando-me as informações que havia coletado.

"E todos eles tinham tido contato com Luna."

Levantei minha cabeça abruptamente e encarei Jorge: "O que você quer dizer com..."

"Todos os jovens desaparecidos tinham síndrome de Asperger, apresentavam talentos excepcionais em áreas específicas e eram naturalmente introvertidos, relutantes em se socializar. Para ajudar esses meninos a se integrarem à sociedade, seus pais contrataram jovens da mesma idade para serem seus tutores. Luna, antes de atingir a maioridade, foi tutora de muitos deles."

Jorge franziu a testa, implicando que o desaparecimento desses jovens tinha relação com Luna?

Isso era impossível.

"Como assim..." - Uma dor de cabeça terrível me atingiu, e um zumbido tomou conta dos meus ouvidos.

"Luna era apenas uma estudante comum, como ela poderia tutorar gênios..." - Eu não acreditava, eu não era um gênio, eu era apenas uma estudante comum.

Apenas uma estudante comum se preparando para o vestibular.

"Isso era só fachada dela" - disse Jorge com um sorriso cínico, tirando algumas provas amareladas do celular: "São perguntas de uma avaliação da turma de superdotados, transcritas pelo Fábio, mas veja quem respondeu."

Peguei o celular do Jorge e respirei fundo; sem dúvida, a letra era minha.

"Luna era uma gênia, uma gênia disfarçada de pessoa comum" - a voz de Jorge era gélida, ele sempre tinha desconfiado que Luna não era tão simples assim: "Essas fotos eu consegui com o Fábio, ele as guardou como um tesouro, apesar de ter negado que a Luna fosse a autora das respostas, mas a caligrafia não mente, a Luna acertou todas as perguntas, ela era um monstro de nota máxima."

Jorge acreditava que aqueles que alcançavam notas máximas na turma de superdotados não podiam ser humanos, eram monstros.

Se Luna não tivesse morrido, se ela não tivesse sido descartada como suspeita, ela certamente teria sido considerada.

"Luna era um gênio, especialmente talentosa em química. Ela podia extrair, a partir de diferentes matérias-primas, substâncias psicotrópicas que faziam as pessoas obedecerem sem questionar, e não precisava de registro, deixando a polícia sem pistas." - Essas palavras provavelmente eram uma suposição de Jorge.

Ele suspeitava que Luna havia criado algum tipo de droga psicotrópica que induzia os garotos com a síndrome de Asperger a obedecerem, a saírem de casa voluntariamente para locais isolados, onde eram sequestrados e levados embora.

Eu segurava o celular de Jorge com as mãos tremendo.

Impossível... Eu não conseguia acreditar.

Na época, eu também devia ser menor de idade.

Ele estava olhando para mim ansiosamente, visivelmente preocupado.

"Eu lhe disse que ele não poderia protegê-la" - Adonis sussurrou com culpa e arrependimento na voz.

Arrependimento por eu ter deixado a Família Tavares... para seguir Fábio.

Eu não dei atenção a Adonis e fechei os olhos novamente.

Uma voz em minha cabeça insistia, dizendo que eu não poderia escapar, Luna, você não pode escapar.

"A Lana está acordada?" - Jorge entrou, perguntando a Benito e Mafalda, que estavam parados na porta.

Mafalda olhou para Jorge: "O que você fez para irritá-la dessa vez?"

Jorge tinha a aparência de alguém que não havia feito nada de errado: "Eu só comentei sobre a situação da Luna! Tenho minhas suspeitas de que ela era um prodígio e que tem alguma ligação com aqueles jovens talentosos que desapareceram!"

Mafalda olhou para Jorge como se ele fosse louco.

"Você está maluco? A Luna sempre foi realmente uma aluna dedicada, indo bem nos estudos e sempre foi a primeira da nossa sala, mas daí a ser um gênio como você está dizendo, tem uma grande diferença! Além do mais, ela chora por um bom tempo quando um gato de rua morre, e você vem me dizer que ela tem algo a ver com pessoas desaparecidas?"