Minha Morte！Sua Loucura！ romance Capítulo 361

"Me desculpe..." - Fiquei em silêncio por um longo tempo antes de falar: "Acredite ou não, eu nunca quis machucar o Adonis..."

Levantei a cabeça e olhei para Elza: "Você conhece bem a situação do Fábio, ele costuma se mutilar e até tentar suicídio quando perde o controle. Não posso abandoná-lo e também não vou me divorciar dele."

"Além disso..." - Respirei fundo, encarei Elza e disse o que eu havia guardado comigo por tanto tempo: "Você realmente acredita que um agressor... se arrepende de ter abusado de sua vítima?"

Elza ficou perplexa por um momento e olhou para mim com o cenho franzido: "O que você quer dizer com isso?"

"Para Luna, Adonis foi o agressor, e você... apenas um espectador. Você deveria ter impedido, mas preferiu fingir que não viu, você também é cúmplice..." - Minha voz tremeu um pouco.

"Você não pode negar que sabe o que Adonis fez com Luna, certo? Forçar atos sexuais sem o consentimento dela, o que você acha que isso é..."

A expressão de Elza ficou pesada por um momento: "Não fale assim da Luna, ela amava Adônis e eles tinham um relacionamento consensual."

Apertei meus dedos com mais força e sorri ironicamente: "Não defina o amor como uma desculpa para o abuso. Luna o amava, mas isso não significa que ela queria ser possuída por ele, estuprada, humilhada, torturada..."

"Luna tinha acabado de descobrir que estava grávida e usou um teste de gravidez. Assustada, ela jogou o teste no lixo e depois, com medo de ser descoberta pela empregada, quis pegá-lo de volta, mas ele havia desaparecido..." - Eu disse em voz baixa, observando Elza: "Foi você quem o pegou, não foi?"

Ela hesitou por um momento, olhando para mim com surpresa, como se não pudesse acreditar que eu soubesse até mesmo desse detalhe.

Luna não teria contado isso a ninguém com tantos detalhes, teria?

Elza olhou para mim com desconfiança, mas não disse nada.

"Você sabia que Luna estava grávida e, mesmo assim, não impediu nenhum dos abusos de Adonis. Então... a situação dele hoje, seus arrependimentos e até mesmo seu suicídio, você tem uma responsabilidade inegável. Adonis cometeu suicídio, e essa é uma responsabilidade que você deve assumir, não eu."

Eu me senti ridícula, por que... eles sempre fugiam?

Eles estavam fugindo da realidade.

"Acredito que, mesmo que Luna ainda estivesse viva, ela jamais perdoaria Adônis... O dano está feito, e se a automutilação e o masoquismo dele pudessem compensar tudo, então toda a dor que Luna sofreu seria merecida."

Minha voz tremeu quando empurrei o cartão de volta: "Desculpe, não sou a Luna, não posso ajudá-la. Você terá que encontrar outra maneira".

Levantei-me, pronto para sair.

Elza se recostou em sua cadeira e respirou fundo: "Você poderia ter me recusado na porta da família Macedo, então por que veio?"

Não respondi, talvez por gratidão pelos anos de cuidados.

Afinal de contas, foi ela quem me acolheu em meus momentos mais difíceis.

"Agora é a hora de se arrepender, caso contrário..." - Elza me ameaçou.

Não disse nada e fui embora.

"Entregue as coisas para a polícia." - Elza disse ao telefone quando entrei no elevador.

Seu olhar para mim era profundo e complicado, como se ela sentisse pena de mim, mas parecia mais... como se ela estivesse olhando para alguém prestes a morrer.

Na volta para casa, comprei um acarajé na rua.

Por alguma razão... senti que o Robson iria gostar.

Meus olhos estavam ardendo e eu não sabia por que estava chorando, mas as lágrimas não paravam...

Adonis, nunca pensei que ele se mataria e também nunca pensei que o perdoaria.

O que ele fez agora, qual era o objetivo disso?

"Luna... não me prenda a esse compromisso, pergunte a si mesma: você quer se casar comigo?"

Antes, depois de beber, Adonis me perguntava se eu realmente queria me casar com ele.

"Luna, você é nojenta..."

"Sua afeição é tão barata".

"Por que você não morre..."

"Luna, você é minha, lembre-se disso".

As inúmeras agressões de Adonis eram como marcas deixadas em mim, ele queria me possuir contraditoriamente, mas também me afastava com desconfiança.